Castelo Branco: Preço das Casas Aumentou no Último Ano

O período que Portugal e o restante mundo atravessa obrigou a mudanças profundas na forma como determinados padrões da nossa vida quotidiana são agora definidos.
Por um lado, a vertente profissional. Auxiliados por tecnologia que até então não estava disponível ou a qual não era priorizada para o efeito, pudemos redefinir as regras do jogo no que toca à definição do que é um local de trabalho.
Por outro, a redefinição de prioridades para muitos que puderam desligar-se das infindáveis horas de trânsito, perdidas e não remuneradas, para estarem mais presentes no âmbito familiar e naquilo que pode ser entendido como qualidade de vida. Não sem os seus desafios únicos, admitamos, mas ainda assim incomparavelmente apelativa nem que só pela mudança de paradigma.
O Papel Preponderante do Interior do País
Esse mesmo, o interior "esquecido e ostracizado" de que tanto se fala, para o qual tantas políticas e soluções se desenham, mas cujos resultados continuam muito aquém inclusive das piores expetativas.
O interior do país continua a ser alvo da desertificação e eis que chegados a 2020 e 2021 assistimos a um crescente interesse no mesmo. As tais mudanças de paradigma que a pandemia trouxe aliadas às soluções tecnológicas tornam-no agora, se algo, menos descartável à partida.
Assim aparentam indicar os números do imobiliário em diversos distritos do interior do país. Castelo Branco regista uma subida de preços na ordem dos 3,1% ao longo do último ano. Podia ser caso isolado e, portanto, passível de debate mais aceso, porém outros distritos seguem a mesma tendência no mesmo período:
- Beja (13,4%)
- Bragança (0,4%)
- Évora (21,8%)
- Vila Real (3,1%)
- Viseu (4,1%)
Os números variam consideravelmente, mas apontam numa única direção, à qual acusamos as acentuadas exceções da Guarda (-9,6%) e Portalegre (-10,6%). Em todo o demais território do interior, os números aguardam e deixam, no mínimo, um raiar de esperança instalado no que o futuro poderá trazer consigo.
Castelo Branco a Verde
Olhando para os números disponibilizados pelo portal de referência Imovirtual, podemos constatar que a compra de casa em Castelo Branco tem registado uma procura interessante ao longo do último ano.
Em Maio de 2020, o valor médio anunciado por imóvel situava-se nos €119.199. Volvido um ano, situa-se nos €122.842. Infelizmente, este registou também um percalço de -2,1% no curto período que separa Abril e Maio de 2021.
Os próximos meses deverão ser perentórios em definir se a tendência a médio e longo prazo é de subida ou se a procura por imóveis no distrito está perante um período de estagnação. Com os valores médios nacionais fixados nos €367.201, o apelo dos distritos do interior do país aos quais se juntam alguns apoios a considerar é perentório.
Melhor qualidade de vida, com um custo muito inferior de habitação e acessos de qualidade são argumentos sólidos, mas os quais podem ser insuficientes. É essencial que o futuro do teletrabalho em muitas empresas se torne claro e, em simultâneo, é primordial que os distritos desse mesmo interior apostem na inovação tecnológica para trazer às suas povoações telecomunicações de qualidade.
Num mundo cada vez mais digital, as fronteiras esbatem-se e as cidades deixam de ser o único palco de inovação disponível. A mudança para travar o êxodo rural poderá já estar efetivamente em marcha, mas apenas o tempo o dirá.