António Tavares
Editorial
A primeira Lei de Imprensa em Portugal foi promulgada a 12 de julho de 1821. Assim, há 200 anos a Lei estabelecia a abolição da censura prévia e a regulamentação do exercício da Liberdade de Imprensa.
A história, no entanto, não deixa esquecer que essa Lei nem sempre se aplicou, como o prova o período do Estado Novo, no decorrer do qual a censura prévia, o célebre e famigerado lápis azul, foi uma terrível realidade, limitando a chegada da informação à população.
Um problema que foi ultrapassado com a Revolução dos Cravos, o 25 de Abril de 1974, com a Imprensa, que sempre resistiu à censura, a contorná-la, muitas vezes, de forma imaginativa, a reconquistar o direito de informar livremente, fazendo chegar à população a verdade dos factos, como é a sua missão.
Atualmente, os problemas da Imprensa são outros. Desde logo, o de resistir num Mundo em crise, onde a pseudo-informação que pulula, nomeadamente nas redes sociais, põe em causa os Órgãos de Comunicação Social devidamente credenciados, que asseguram uma informação fidedigna produzida por profissionais.
Muito se tem escrito e dito sobre a importância dessa verdadeira Imprensa indispensável para uma verdadeira democracia, mas, pouco, ou mesmo nada, tem sido feito. No ar ficam as promessas, mas essas, como todos sabemos, de nada valem.
Entretanto, a Imprensa vai resistindo e mantendo missão da qual não abdica, que é informar com rigor. Bem como se mantém a esperança que algumas medidas de apoio ganhem forma no terreno, antes que seja tarde de mais e, depois, já não haja nada a fazer, com a perda irremediável daí resultante.