Edição nº 1703 - 18 de agosto de 2021

NO MUSEU ARQUEOLÓGICO MUNICIPAL JOSÉ MONTEIRO
Idanha-a-Velha exposta no Museu do Fundão

O Museu Arqueológico Municipal José Monteiro, do Fundão, apresenta, até finais de setembro, a exposição Igaeditanos do fotógrafo Italiano Danilo Pavone. O conjunto que toma o nome de uma inscrição, datada do ano 2 da nossa era, está patente no Museu e onde pela primeira vez surge a designação dos habitantes da antiga cidadã romana de Igaedis, concretiza um olhar sobre a comunidade e o património de Idanha-a-Velha, a antiga capital da Civitas Igaeditanorum assumindo-se como um importante suporte de memórias desta aldeia histórica.
O diretor do Museu, Pedro Salvado, escreve que “a fotografia tem constituído uma presença constante na revelação e na construção das imagéticas circulantes enraizadas ao território das terras das idanhas. Relembremos os clichés pioneiros de Félix Alves Pereira e de Eurico Sales Viana, as impressionistas leituras Monsantinas de D. Thomaz de Mello (Tom) ou, mais recentemente, as escritas luminosas e sombreadas da teluricidade da paisagem raiana de Albano Silva Pereira e de Eduardo Belo. A mostra Igaedita-nos, que toma o nome de uma das mais importantes epígrafes do período romano da Beira Interior exposta neste museu, recupera parcelas, em processo de adormecimento, que teceram um peculiar diário de encontros e incertezas vividas em Idanha-a-Velha, de autoria do fotógrafo Danilo Pavone (Catânia, Itália, 1971). As obras expostas fazem parte do conjunto, hoje incompleto, datado de 2002, Egitânia, que confirmava a centralidade da geografia do projeto, convocando a designação da comunidade durante o domínio visigodo e que se manteve durante séculos até à atual Idanha-a-Velha. Egitânia ecoava o passado mítico, a velha Idanha, a pungente realidade dos dias de hoje. O trabalho de Danilo Pavone materializa um novo estrato da história visual da comunidade e da relação entre o registo fotográfico do património, do objeto, das expressões dos vizinhos e dos campos, das miradas e os suportes da memória desta aldeia aninhada num meandro de xisto das margens do Ponsul, dominada e guardada pelo monte santo. Com efeito, esta união de pedras com tempos e gentes que repisam o mesmo chão do seu quotidiano de séculos já mereceu os olhares de Tavares Proença Júnior, Fernando de Almeida, Artur Corte Real, entre outros. É nesta linhagem que o projeto de Danilo Pavone se enquadra. Egitânia, agora transmutada em Igaeditanos, à distância, surge-nos como uma revelação, dura e bela, da consciência individual e introspetiva dos nós e dos laços entre a permanência da paisagem longa e a fugacidade das gentes. A vida era confirmada pelos que ainda habitavam o lugar mas, também, por aqueles que chegavam e olhavam. De geografias, de partidas e de memórias se mesclam estes fragmenta visuais de cacos, de pedras e de rostos. As obras de Danilo Pavone confirmam a perda e a continuidade da seiva vital da natureza compelindo a ecoar no coração as linha identitárias, às vezes dolorosas, da nostalgia”.

18/08/2021
 

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