João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...
E ESTAMOS A POUCOS DIAS DO FECHO DA CAMPANHA que deveria servir para levar os cidadãos a fazer uma escolha consciente de quem será o melhor para liderar o seu concelho nos próximos quatro anos. Não é coisa de somenos, com razão muitos defendem que o poder autárquico é mesmo a base fundamental da democracia, pela proximidade entre o cidadão comum e o poder local, onde se escolhem mulheres e homens com quem se cruza no dia a dia, de quem até se conhece a família. E que tem até o poder de decidir sobre muitos dos nossos problemas ou vivências do dia a dia. Num balanço antecipado, podemos dizer que em toda a região beirã a campanha tem sido morna, porque também não se esperam grandes surpresas. O que não acontece em Castelo Branco onde, por razões sobejamente conhecidas, subiu várias vezes o tom e aqueceu o ambiente numas eleições que parecem ainda hoje, a poucos dias do desfecho, de resultados imprevisíveis. Sabendo também que os resultados das eleições Autárquicas a nível nacional vão trazer consequências para algumas lideranças partidárias, em particular para o PSD onde Rui Rio tem a clara perceção de que um resultado menos bom significará o tiro de partida para a disputa da sua liderança, com o Paulo Rangel na primeira linha.
E TAMBÉM ESTAMOS A POUCOS DIAS de umas outras eleições que ultrapassam largamente o interesse regional e nacional. As eleições alemãs que vão ditar no próximo domingo qual vai ser o sucessor de Angela Merkel, com fortes probabilidades de o partido da chanceler perder as eleições para o partido social-democrata de Olaf Scholz, um nome que certamente muito vamos pronunciar nos próximos anos. São eleições muito importante para a Europa, porque o legado emblemático de Angela Merkel, que agora se quis afastar das lides políticas, em ambiente de consenso sobre o papel importante que desempenhou na construção do espírito europeu, nomeadamente no reconhecimento do papel positivo que ela desempenhou na crise migratória, este legado terá de alguma forma de ter continuidade para reforçar a unidade e a influência da Europa. Que agora foi mais uma vez marginalizada pela América de Biden, que um comentador de uma forma feliz dizia não se distinguir de Trump na política externa, com a diferença de ser um cavalheiro. Caráter que agora não se viu ao assinar com a Austrália e o Reino Unido o AUKUS que vai dotar a Austrália de uma frota de submarinos nucleares para “garantir a paz e a estabilidade na região do Indo-Pacífico a longo prazo” mas que pode ser o início de uma nova guerra fria, agora com a China. Tudo, sem informar a Europa e a NATO, que assim foram subalternizados e que deixou a França furiosa, porque este tratado anulou o acordo já existente com a Austrália para a dotar de submarinos convencionais num negócio de mais de 50 mil milhões de euros…