PERANTE O “ÊXITO” DA BAJA OESTE PORTUGAL
António Sequeira afirma que “foi uma oportunidade que a Região perdeu”
O presidente da direção da Escuderia Castelo Branco (ECB), António Sequeira, afirma que a Baja Oeste Portugal, organizada pela coletividade Albicastrense, dias 15, 16 e 17 de outubro, na Zona do Oeste, abrangendo os concelhos do Alenquer, Azambuja, Cadaval, Bombarral, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras, e a pontuar para o Campeonato de Portugal de Bajas, Europeu e Mundial, se saldou por um “êxito”, uma vez que “a prova foi um sucesso, com milhares de pessoas à beira da estrada”, sem esquecer “as felicitações dos pilotos, que foram cerca de 170, entre Portugueses e estrangeiros”.
Esta prova foi organizada pela Escuderia naquela zona do País, porque “não se pode realizar na nossa Região, devido à falta de apoio para a concretizar”, apontando que “não houve apoio da Baja do Pinhal, nem da Baja de Idanha-a-Nova” e denunciando, assim, “a falta de apoios das câmaras de Proença-a-Nova e da Sertã e da Câmara de Idanha-a-Nova”, respetivamente.
António Sequeira realça que “a solução ideal era a prova ser aqui, porque a nossa essência é divulgar a nossa região, através dos desportos motorizados”. Mas, continua, “como não foi possível, aceitamos um desafio que nos foi lançado, no início do ano, pelo então presidente da Câmara de Tores Vedras, Carlos Bernardo, que, entretanto, faleceu”.
O presidente da Escuderia destaca que “a ECB é detentora dos alvarás das provas, mas se não as concretizar perde esse alvará, para outros clubes que estão à espera dessa oportunidade”.
Por esse motivo foi aceite o desafio para a organização da Baja Oeste Portugal, avançando que, deste modo, “a Região fica sem qualquer prova de todo-o-terreno”.
António Sequeira afirma que “nestes 10 anos, nesta Região, a fazer a baja, chegou uma altura em que as câmaras decidiram deixar de apoiar”, situação que lamenta “em zonas que achamos que precisam destas iniciativas, pois é a economia que mexe”.
Destaca que “ali (na Zona Oeste) tivemos o apoio das seis autarquias” e revela que o futuro passa por “manter esta prova, uma vez que aqui não a quiseram e nós temos que fazer pela vida, não podemos desistir”, reiterando, no entanto, que “para nós seria muito agradável fazê-la aqui, na nossa região”. E nesta vertente assegura que “não está fechada a porta da prova voltar, porque o nosso sonho é sempre trabalhar para a nossa Região”.
Para a realização da Baja Oeste Portugal, António Sequeira avança que “a organização foi toda levada daqui, cerca de 200 pessoas foram daqui trabalhar para lá”, o que implica custos, mas não hesita em afirmar que “para a Escuderia é muito importante organizar estas provas”, porque “a Escuderia tem que ser sustentável e é nas provas que vamos buscar essa sustentabilidade, até como empregadores. Se não fizermos provas, não existimos, nem temos funcionários que, atualmente, são nove a tempo inteiro”.
Para António Sequeira, do que não resta a menor dúvida é que esta “foi uma oportunidade que a Região perdeu”, até porque, “a Escuderia pode ajudar a trazer pessoas de fora, para conhecer a nossa gastronomia, a nossa paisagem, o que se reflete na economia local”.
E para que não fiquem dúvidas, sublinha que “nós não andamos atrás do dinheiro, precisamos é dele para sobreviver”, salientado que “nós até somos uma associação. Não somos uma empresa”.
António Tavares