João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...
POR ESTES DIAS, mais especificamente no dia de Natal, data carregada de tantos simbolismos, foi enviado para o espaço o telescópio espacial James Webb, assim batizado em homenagem ao antigo diretor da agência espacial americana que liderou o programa Apollo. Vai demorar três meses para percorrer um milhão e seiscentos mil quilómetros até chegar ao ponto em que permanecerá em órbita geoestacionária. Este telescópio que demorou 30 anos a ficar pronto para a missão, constitui um passo de gigante do Homem no sentido do conhecimento do Universo. Um feito que encheu de entusiasmo e expetativa toda a comunidade científica. E um entusiasmo que tem toda a razão de ser, porque se a sua missão for cumprida, vai-nos abrir uma grande janela sobre o Universo ao pesquisar a luz das primeiras estrelas e galáxias que se formaram no Universo após o Big Bang, ao estudar a formação e evolução das galáxias, ao permitir entender a formação de estrelas e sistemas planetários e ao estudar os sistemas planetários e as origens da vida, enfim, a resposta aos maiores desafios do conhecimento humano. Um projeto com esta magnitude e complexidade que sofreu vários e naturais atrasos ao longo destes 30 anos, teria de ser obra de uma conjugação de esforços de várias entidades de investigação, uma tarefa partilhada entre a agência americana NASA, a agência europeia ESA e a agência canadiana CSA. Este telescópio várias vezes mais potente que o famoso Hubble, mobilizou milhares de cientistas e peritos técnicos de todo o Mundo e inclui, para nossa satisfação e orgulho, a astrofísica portuguesa Catarina Alves Oliveira. Termino citando o diretor da NASA, Bill Nelson, este é “um grande dia para o planeta Terra”.
ESTES SÃO OS ÚLTIMOS apontamentos do ano de 2021.No virar para um novo ano, deixamos para trás um ano marcado ainda pela pandemia e pela máscara, mas com algum otimismo que nos trouxe a vacinação, operação que em Portugal decorreu de forma excecional. Porque os portugueses acreditaram e aderiram em massa como em nenhum outro país europeu, porque à frente das operações esteve um homem, o vice-almirante Gouveia e Melo, com reais capacidades de organização. E não posso esquecer o papel fundamental da ministra Marta Temido e da responsável pela DGS, Graça Freitas, que foram capazes de enfrentar a crise pandémica, tantas vezes no meio de críticas injustas. Mas se não bastasse esta crise global, ainda tivemos localmente o desmoronar da Dielmar, uma empresa emblemática cujo encerramento vem trazer tremendo impacto negativo a nível do emprego e da economia local, em Alcains. E finalmente, caímos numa crise política, que nos vai levar a novas eleições, três no espaço de um ano. Esperemos que ao cansaço pandémico não se some o cansaço democrático e que se fique em casa, abdicando do direito de votar por que tanta gente lutou durou décadas. E resta-me desejar aos nossos leitores um bom ano de 2022!