Edição nº 1727 - 2 de fevereiro de 2022

Valter Lemos
LEGISLATIVAS 2022 - PS: BARBA, CABELO E UNHAS

O primeiro e importante resultado das eleições foi a redução da abstenção. Votaram mais cerca de 140 mil portugueses do que em 2019, contrariando a tendência das últimas décadas e dando um sinal muito positivo sobre a política e a democracia.
Mas, as legislativas de 2022 criaram ainda uma nova geografia política no país. Desapareceu do parlamento o CDS, um dos quatro partidos fundadores da democracia, afirmaram-se o Chega e o Iniciativa Liberal como novas realidades na política portuguesa e o PS obteve a sua segunda maioria absoluta desde 1974.
Como se esperava, o Bloco de Esquerda e o PCP foram fortemente penalizados pela crise criada pelo chumbo do orçamento do governo anterior de António Costa. Na realidade ninguém percebeu as razões daqueles partidos para o chumbo do orçamento. Já em 2011 havia sido pouco compreensível o chumbo do PEC IV que provocou a queda do governo Sócrates, mas, agora, o eleitorado deixou mesmo bem claro que não aceita a estratégia de escorpião que aqueles partidos têm seguido. Sendo o BE o maior derrotado das eleições, não se percebe como é que Catarina Martins não se demite e tem cara para fazer aquele discurso, culpando o PS pela sua derrota.
Mas estas foram também as eleições da reconfiguração da direita em Portugal. A direita está mais à direita. Goste-se mais ou menos, a direita portuguesa está agora mais parecida com o que se passa na maioria dos países europeus. Há um partido liberal e há alguma expressão da extrema-direita populista. Até agora quer os liberais, quer a extrema-direita, em Portugal, estavam diluídos no PSD e CDS. Tal situação desapareceu com estas eleições e com a afirmação da IL e do Chega.
O PS conseguiu o pleno. Vitória em todos os distritos do continente. Maioria absoluta com absorção de grande parte esquerda e com ocupação do centro, “empurrando” o PSD para a direita. Melhor era difícil. Os portugueses mostraram inequivocamente que querem o PS a governar, mas sem “geringonça”.
Os resultados em Castelo Branco
Os resultados em Castelo Branco alinharam com a tendência nacional, com o PS a obter uma vitória significativamente maior do que no total do país (47,7%, 3 deputados), com o melhor resultado desde 2015 e acentuando a diferença para o PSD (27,4%, 1 deputado).

 Quadro

O PS conseguiu mais 7 mil votos no distrito do que em 2019 (dos quais cerca de 1,6 mil no concelho de Castelo Branco).

Este resultado deve-se naturalmente à dinâmica nacional, mas, deve-se também à candidatura distrital do PS. Muitos consideravam ser quase impossível para o PS manter os três deputados pelo distrito e afinal isso aconteceu, acrescido de um significativo reforço da votação. A tal resultado não podemos deixar de associar a lista de candidatos do PS e designadamente a nova cabeça de lista Ana Abrunhosa, que se tornou uma referência incontornável do PS no distrito e mesmo no país, mostrando notórias qualidades políticas.
Resta recordar que o PS apresentou um manifesto pelo interior subscrito pelos candidatos de vários distritos. Esperemos que a maioria absoluta seja o garante do cumprimento do mesmo e Ana Abrunhosa impulsione uma política pública com a orientação certa para alcançar esse objetivo.

02/02/2022
 

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