Alfredo da Silva Correia
POBRE POVO NAÇÃO VALENTE - BALANÇO DE UMA INJUSTIÇA
No âmbito dos meus escritos neste jornal tratei também os malefícios que as maledicências têm tido no nosso PIB, ao desmotivar pessoas capazes de produzir, para não serem alvo de injustiças. Como também fui alvo destas, posso agora informar que finalmente me sinto livre, porque já não posso mais ser afectado com as maledicências criadas, conscientemente por poucos, sobre um mero erro administrativo cometido na Câmara Municipal de Castelo Branco. Erros, inconscientes, quem os não comete e no caso concreto, tratou-se da assinatura de contractos de fornecimento de obras, exactamente nos mesmos termos em que o eram, desde a criação de uma empresa, em 1982. Nesta, apenas participo com 17% tendo-a, nos seus primórdios, ajudado a criar, mas nunca nela tendo trabalhado ou ganho o quer que fosse. Apenas, num período de cerca de 5 anos, fui eleito gerente com o objectivo de assinar contractos, quando fosse necessária uma segunda assinatura, conforme o pacto social exige, o que acontecia, muito raramente. E sinto-me livre, porque finalmente os tribunais, passados 4 anos de sofrimentos, desde o aparecimento de uma carta anónima feita por um ressabiado político, acusando o Presidente da Câmara Municipal da época de benefícios ilegítimos, concluíram e decidiram que nunca houvera qualquer intenção dos mesmos, inocentando os acusados e fazendo por esta via a verdadeira justiça.
Não obstante, apesar deste desfecho, tratou-se de um processo bem longo, que gerou muitos sofrimentos e mesmo prejuízos, não só a mim, á minha família e sócios de tal empresa, mas também ao próprio concelho. Pessoalmente, apesar da minha longa história de serviços prestados na região, quer como administrador de empresas, quer como dirigente associativo empresarial, quer como economista e até ter escrito um livro, tipo autobiográfico, descrevendo a minha vida e os princípios éticos que prossigo, muito sofri com as maledicências que circularam na sociedade e nos órgãos de comunicação social. Logo que os erros foram detectados foram, de imediato, tomadas todas as acções necessárias para os corrigir, mas que, apesar de tudo, deram origem a um processo administrativo complexo e a muitas maledicências, gerando prejuízos de toda a ordem. Pessoal-mente, muito me surpreendeu o facto dos juízes do processo administrativo nem sequer terem tido necessidade de me interrogar esclarecendo-se, quando eu também assinava os contratos que deram origem à demissão do presidente da Câmara Municipal, parecendo-me assim que, em casos mediáticos como era o caso, o que é necessário é arranjar vitimas, ainda que gerando injustiças e prejuízos. Leis mal feitas, mal aplicadas? A mim, pelo menos, parecia-me lógico que uma verdadeira justiça procure esclarecer todos os contornos, ou seja a verdade, do caso em julgamento, para o que me parece fundamental ouvir todos os envolvidos no mesmo e, no caso concreto, nunca o fui, o que muito estranhava, ainda que tenha a sua justificação legal.
Assim, ambos os processos, quer o administrativo, quer posteriormente o de prevaricação que inocentou todos os arguidos, criaram, para além dos sofrimentos referidos, sobretudo pelas maledicências criadas, também muitos prejuízos mesmo ao concelho, por ter afectado um processo de desenvolvimento que lhe estava até a permitir vários prémios de âmbito nacional e mesmo internacionais. Neste processo injusto é até interessante que todos os Presidentes de Junta de Freguesia, da época, tenham feito um comunicado a defender o presidente de Câmara Municipal demitido, exigindo que se recandidatasse, o que não foi incompreensivelmente aceite pelo seu partido, tudo tendo acontecido, julgo, por ele não se sujeitar a certos interesses particulares, pondo sempre os do concelho acima de outros, como aprofundo num novo livro, tipo autobiográfico, que vou publicar brevemente.
Resta-me assim no âmbito desta enorme injustiça, esclarecer a sociedade albicastrense que, como os tribunais concluíram, nunca em tal processo, que tanto alarido criou, houve qualquer acto de corrupção e que, como albicastrense que sou, muito lamento a grande INJUSTIÇA SOCIAL cometida que, na minha opinião, terá afectado também o normal desenvolvimento do próprio concelho. Esta teve a sua origem em erros inconscientes de um ou dois técnicos da Câmara Municipal que tinham obrigação de nos chamar a atenção para a legislação que desconhecíamos, para depois ser aproveitada por um político, cobarde, que fez a carta anónima e depois continuar a sê-lo por políticos da oposição, gerando as maledicências referidas. Por fim, acabou por ser aproveitado por dois ou três influentes do partido do presidente demitido, para que ele não fosse o próximo candidato, reforçando a injustiça cometida. Interesses próprios?...
Como o povo tem um ditado que diz que “cá se fazem cá se pagam”, quero acreditar que a natureza também, neste processo INJUSTO, não deixará de fazer a sua própria justiça, até pelo prejuízo que com tal processo criou ao próprio concelho. De facto, lamento muito, mas sinto que este já está a sofrer com a perda do processo de desenvolvimento que o presidente demitido tinha para ele, temendo que vá continuar a perder, pois com o mesmo, perdeu muita da sua boa força produtiva que não vai ser fácil ser substituída, o que muito temo e lamento.
Enfim, um processo que gerou sofrimento INJUSTO e que espero não venha a fazer estragos no desenvolvimento do concelho, estragos que, infelizmente, já encontro quem os refira. Espero que não, mas vamos ver para o que estaremos guardados, até porque noutros artigos, refiro que estou convencido que o nível de maledicências que existe hoje no nosso país, cria mais estragos no nosso PIB do que a verdadeira corrupção.