DA AUTORIA DE MARIA DE LURDES GOUVEIA DA COSTA BARATA
Livro sobre António Salvado é um guia para a interpretação da obra do poeta Albicastrense
O livro António Salvado – Contributos para estudo da sua poesia, de Maria de Lurdes Gouveia da Costa Barata, foi apresentado no passado sábado, 14 de maio, na Biblioteca Municipal de Castelo Branco, com João Carrega, da RVJ Editores, a realçar que “é um marco de justiça para o poeta e para Maria de Lurdes Gouveia da Costa Barata, que é uma das pessoas que mais livros apresentou nesta cidade e não temos tido a oportunidade de apresentar livros dela”.
Este foi o ponto de partida para a intervenção de Manuel Costa Alves, ao recordar que “há naos que lhe pedimos para publicar a sua tese de mestrado. Também lhe pedimos que nos ajude a entender melhor Miguel Torga, com os seus dois ensaios, sendo um deles a sua tesse de doutoramento. E, até agora, nada”.
Tudo para adiantar que “também pedimos para publicar os diversos artigos/ensaios sobre António Salvado, e aqui está”.
Manuel Costa Alves sublinha que, “neste livro está quase tudo o que foi publicado por Maria de Lurdes Gouveia da Costa Barata sobre António Salvado. São 30 ensaios que o livro contém, publicados entre 1995 e 2021” e acrescenta que “é um livro que procura continuamente um eu, que é o poeta”.
Destaca, por outro lado, que com estes 30 ensaios “ajuda-nos a entrar e a viver na poesia de António Salvado. São muito mais que contributos para um estudo”.
Os elogios surgiram também da parte de José Dias Pires, ao apontar para “ler com olhos de sentir a poesia, neste caso a poesia de António Salvado. É um livro que nos ensina a compreensão de um poeta. A descoberta da voz de António Salvado”.
José Dias Pires realça que Maria de Lurdes Gouveia da Costa Barata “dá-nos o olhar interior sobre a poesia de António Salvado”, sendo que através do livro “é possível comprovar que António Salvado é um poeta de memórias. É um guia para que em cada livro e em cada poesia encontremos o olhar poético do artífice. Abre-nos a porta para a compreensão da obra de António Salvado”.
Já António Salvado avançou que “não tenho que agradecera publicação do livro, porque ninguém a obrigou a escrever”. Isto para referir que os ensaios que Maria de Lurdes Gouveia da Costa Barata “foi um propósito que realizou e que na altura lhe agradeci, sem manifestar se concordava ou discordava sobre o que escreveu”.
Tudo, explica António Salvado, porque “nunca me preocupei sobre o que cada um escreve sobre mim”, acrescentando que “cada um tem o direito de dizer que tem valor ou que não tem valor”. E com base nisto avança que durante a pandemia se questionou “como é que vou passar este tempo?” e afirmar que “peguei na obra lírica de Camões e elaborei dois trabalhos. Um sobre os melhores versos de Camões e outro sobre os piores versos de Camões”.
Na resposta a estas intervenções, Maria de Lurdes Gouveia da Costa Barata, entre agradecimentos, nomeadamente à Câmara de Castelo Branco e à RVJ, fez uma alusão especial como “reconhecimento ao artista José Dias Pires, pela ilustração da capa”, para mais à frente destacar que “são os afetos que nos salvam e dão um gosto especial à vida”.
Maria de Lurdes Gouveia da Costa Barata avançou depois que os ensaios estão organizados por ordem cronológica e frisou que “para amar é preciso conhecer”, para explicar que “António Salvado tornou-se um dos meus poetas e temos uma firme amizade”.
Garantiu também que, de facto, “não fui obrigada a escrever”, elucidando que os ensaios foram escritos “por conhecer a obra de António Salvado”.
Na apresentação do livro, o presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, revelou a “gratidão relativamente a Maria de Lurdes Gouveia da Costa Barata, pela amiga de muito tempo, professora reconhecida. Gratidão por ler, por ajudar a editar, por ajudar a interpretar. Bem-haja Maria de Lurdes Gouveia da Costa Barata”.
António Tavares