João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...
NOS ÚLTIMOS TEMPOS, e em simultâneo, foram acontecendo tantos eventos, reuniões e conferências que me é difícil enumerá-las aqui. E de muitos deles saíram decisões que vão ser importantes para a vida de todos nós. Se irão resolver todos os problemas do Mundo? Isso não com certeza. Mas havia uma conferência que, penso eu, muita gente, a maioria de nós, gostaria de ver realizada. A Conferência para a Paz Justa na Ucrânia, que ainda parece distante de ser possível realizar. Mas não podemos subvalorizar a Conferencia dos Oceanos, em Lisboa, organizada por Portugal em parceria com o Quénia, sob os auspícios da ONU. Com o lema Salvar os Oceanos, Proteger o Futuro. Com mais de 25 chefes de Estado e de Governo presentes, o Secretário Geral da ONU, António Guterres, lembrou que se tomaram os oceanos como garantidos e que hoje se enfrenta, pelo descuido e pela incúria, aquilo que ele chama de Emergência nos Oceanos. Da Conferência, resultou uma declaração política que, segundo os responsáveis, envia um forte sinal a todos, sobre a necessidade de agir de forma decisiva e urgente para melhorar a saúde, a utilização sustentável e a resiliência dos oceanos. Portugal, com uma extensa zona marítima, uma economia do mar importante fonte de recursos que são base fundamental da nossa alimentação. Muitos dirão que de boas intenções… Espera-se agora que das intenções se passe aos atos.
PELA MESMA ALTURA DISCUTIA-SE A PAZ e a guerra em Madrid, onde os líderes dos países membros da NATO discutiram a forma de fazer frente à Rússia, oficialmente transformada em inimiga, no conflito da Ucrânia, que vai beneficiar de armamento moderno e eficaz para fazer frente ao exército invasor. Uma reunião que terá amansado as exigência do turco Erdogan e assim permitir a integração da Suécia e da Finlândia na organização. Países que se sentem ameaçados pelos sonhos imperialistas de Putin e que vêm na NATO um seguro de paz, pela defesa das suas fronteiras. Putin, assobia para o lado e diz que o alargamento não incomoda a Rússia, mas o que é facto é que esta afirmação vai contra aquilo que ele dizia serem as suas preocupações pela presença de tropas e instalações da NATO na sua fronteira. Tão preocupado que, na sua narrativa, foi a pretensão da Ucrânia pertencer à organização que fez desencadear a “operação especial” em curso. Também por estes mesmos dias, reuniu na Alemanha o G7, com os líderes das sete maiores economias do Mundo a discutir novas sanções para a Rússia, numa manifestação de unidade contra as ações do oligarca, a escassez de alimentos e a crise enérgica global. E acontecia o fórum anual do Banco Central Europeu a discutir, na paradisíaca e romântica Sintra, formas de combater a inflação como há dezenas de anos não se via subir assim. A discutir medidas que vão entrar, e de que maneira, na nossa vida diária…
E no meio disto tudo, o que terá passado pela cabeça do ministro Pedro Nuno Santos para tomar uma medida estrutural da maior importância como é a da construção do novo aeroporto sem dar cavaco a ninguém? A obrigar António Costa a fazê-lo aterrar na realidade e a obrigá-lo a dar o dito por não dito, a ser humilhado com o despacho de Costa a anular o despacho de Pedro. Uma coisa inaudita, nunca vista. Como diria o Diácono Remédios, não havia necessidade...