António Tavares
Editorial
O mês de julho está praticamente a terminar. Estamos em pleno verão e a poucos dias do mês de agosto que, tradicionalmente, está relacionado com férias e com a ida a banhos, para fugir ao calor.
Oficialmente estamos naquela que é considerada a silly season, ou seja, em bom português, a estação ridícula, em que parece que nada se passa, nada acontece, porque a grande maioria das pessoas está de férias e tudo para ou fica a um ritmo muito reduzido. Um facto que se repercute também em termos de matéria noticiosa, o que leva a que temas pouco relevantes, que normalmente não seriam notícia, o sejam. Uma das poucas exceções, infelizmente, é a tragédia dos incêndios florestais que, este ano, devido à seca e a outros motivos, uma vez mais voltaram a ser os protagonistas. Em 2022 a área ardida até este momento já é superior à do ano passado e ameaça ser muito, mas mesmo muito maior. A esperança é que tal não aconteça, mas não nos podemos esquecer que ainda faltam dois meses críticos em matéria de fogos, que são os de agosto e setembro.
Mas, desafortunadamente, este não será o verão e as férias que todos desejam. A inflacção continua a crescer, reduzindo cada vez mais o poder de compra, ou melhor, como alguém já afirmou mais corretamente, o poder de sobrevivência, é menor. E agora está a concretizar-se a escalada dos juros. Isto e muito mais já tem reflexos, pois, como revelam os números mais recentes, são cada vez mais os Portugueses que vão passar férias... em casa! Pelo menos que haja saúde e a pandemia nos deixe em paz.