António Tavares
Editorial
Estamos no final de agosto, o mês típico de férias, mas também das festas populares e religiosas um pouco por todo o País. O mês mais representativo do verão é, assim, um período, por eleição, de divertimento, de convívio, de reencontros, de esquecer um pouco as agruras dos restantes meses do ano e de aproveitar para aliviar o stress do dia a dia.
No entanto, se por um lado este mês de agosto tem sido igual a muitos outros, também há diferenças e, por sinal, significativas.
No que respeita à normalidade, o calor é uma delas, apesar deste ano agosto se destacar por estar a ser um mês extraordinariamente quente, fruto das alterações climáticas. As mesmas que fazem com que Portugal esteja a ser confrontado com uma seca como já não enfrentávamos há muitos anos. Uma situação grave e que, ao que tudo indica, se manterá, possivelmente, para lá do verão, pois as previsões, apesar de valer o que valem, quando feitas a longa distância, não apontam para que chova, e muitos menos significativamente, nos tempos mais próximos. E, claro está, não há como ignorar o flagelo dos fogos florestais.
Esta é a normalidade anormal, mas, depois, há também a ter em consideração outras situações anormais e também elas com peso significativo para a vida de todos.
Continuamos a debatermo-nos com os efeitos da pandemia de COVID-19, que embora praticamente não se fale nela, ainda aí está. O caos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) mantém-se. A Europa está a ser palco de uma guerra que tem custos, elevados, para todos, pois é bom não esquecer a subida das taxas de juro e a inflação em valores extremamente altos, entre outros. Só resta ter a esperança que tudo volte ao normal e que aprendamos com os erros.