FEIRA DECORRE ENTRE SEXTA-FEIRA E DOMINGO
Lardosa é a capital do feijão-frade
A Lardosa é conhecida como a capital do feijão-frade, ou feijão-pequeno como é vulgarmente conhecido. Feijão-frade que entre a próxima sexta-feira e domingo, 14 a 16 de outubro, estará no centro das atenções, com a feira que lhe é dedicada. Um certame que nos dois últimos anos não se realizou, devido à pandemia de COVID-19, mas que agora regressa em força.
O presidente da Junta de Freguesia de Lardosa, José António Dâmaso, afirma que “este ano de recomeço”, tem tudo para saldar por um êxito, desde logo a avaliar pela quantidade de pessoas que se inscreveram, tanto no passeio pedestre, como no passeio de pasteleiras. Realça que, “habitualmente, temos cerca de 250 participantes em cada um dos passeios, mas este ano subimos para as 300 que é o nosso limite”, destacando que “tivemos que deixar muita gente de fora”.
A adesão à Feira do Feijão-Frade também excedeu a capacidade de resposta no que respeita aos expositores, com José António Dâmaso a frisar que “o pavilhão onde decorre o certame tem capacidade para 60 a 65 lugares, sendo que todos estarão ocupados”.
Por isso adianta que no próximo ano “vamos inovar no conceito da Feira e queremos alargar em termos de espaço, para as instalações da piscina e para a rua que lhe dá acesso”.
Noutra perspetiva José António Dâmaso revela que, brevemente, “iremos avançar coma Região Demarcada do Feijão-Frade”. Uma ideia que já não é nova, uma vez que num mandato anterior começou a dar os primeiros passos, mas depois não avançou. Algo que se pretende que aconteça desta vez, pelo que “vai ser lançado o desafio aos agricultores”, sendo tal não acontecerá apenas na área da Freguesia da Lardosa, abrangendo as localidades vizinhas, como Alcains, Soalheira, Lousa, Póvoa de Rio de Moinhos, Zebras, Orca e Vale da Torre, por exemplo.
Quanto à edição deste ano da Feira do Feijão-Frade é de referir que contará com presença de quatro produtores de feijão-frade da Lardosa. Um número mais reduzido que aquele que se verificava nas primeiras edições, quando chegou à dezena, mas a realidade é que os agricultores mais velhos vão acabando e não há quem dê continuidade ao seu trabalho.
José António Dâmaso adianta também que no ano da última edição do certame, em 2019, a produção de feijão-frade “rondou os 25 a 35 mil litros, com um dos maiores produtores a ser responsável por 15 mil litros. Este ano, como em termos de produção foi fraco, os quatro produtores deverão ter a quantidade de litros que os quatro tiveram em 2019”.
José António Dâmaso explica ainda que em termos de produção, no que tem a ver com a espécie, a maior parte respeita “ao feijão-frade cara verde, havendo pouca de feijão-frade cara preta e ainda menos do feijão-frade bago de arroz”.
Refira-se, ainda que o feijão-frade é um alimento saudável e é essencialmente uma boa fonte proteica, repleto de proteínas de elevada qualidade, também reconhecido pelo grande teor em fibras solúveis, bem como por apresentar uma boa quantidade de ácido fólico. Mais que rico em vitaminas, o feijão-frade é rico em minerais, como o potássio, o fósforo, o ferro, o magnésio e o zinco.
O feijão-frade é simples de confecionar, pois qapenas é suficiente cozinhá-lo em água, podendo ser servido como um acompanhamento, ou adicionado a sopas, saladas ou ensopados. Isto sem esquecer a vertente da doçaria, com os pastéis de feijão-frade.
O programa do certame
O programa da Feira do Feijão-Frade começa na próxima sexta-feira, 14 de outubro, às 18 horas, com animação itinerante pelo Grupo de Cantares, Os Loureiros da Lardosa
A inauguração do certame está marcada para as 18h30 e à mesma hora realiza-se a demonstração A Malha do Feijão-Frade, pelo Rancho Folclórico Os Loureiros da Lardosa. A animação itinerante está de regresso às 20 horas com o Grupo de Concertinas de Alpedrinha e às 21 horas com o Grupo de Cantares Os Loureiros da Lardosa, enquanto às 22h30 começa o concerto com os Toka & Dança.
Sábado, 15 de outubro, às 8h30, começa o passeio de pasteleiras Rota do Feijão. A animação itinerante chega às 13 horas, com Fonte da Pipa, e continua às 15 horas, com o Grupo de Cantares de Pedrógão de São Pedro. A partir das 16 horas realiza-se o showcooking Trilogia de Texturas, pelo chef Cristiano Louro. Depois a animação itinerante continua com os Fonte da Pipa, às 17 horas; Os Amigos de Castelo Branco, às 18 horas, e o Grupo de Cantares de Pedrógão de São Pedro, às 19 horas. A música está presente a partir das 20h30 com o concerto De Moda em Moda e às 22h30 sobem ao palco os Santamaria. O programa termina depois da meia note, com a animação itinerante pela Khaganiçorquestra.
No último dia do certame, domingo, 16 de outubro, as atividades começam às 8h30, com o passeio pedestre Rota do Feijão. Às 13h30 há animação itinerante com os Escorre Adegas. A partir das 14 horas realiza-se um desfile etnográfico, seguindo-se, às 14h30, a atuação do Rancho Folclórico Os Loureiros da Lardosa, do Rancho Etnográfico Flores das Cortes, de Miranda do Corvo, e do Rancho Folclórico de Alpedrinha, Fundão. Também a partir das 14h30, o projeto Fusilli dinamiza a ação O mercado vai à rua - Produto do Mês. Às 17 horas atua o Bardo da Gardunha de Fernando Pereira e às 19 horas o Art Jovem Trio Musical. O programa termina depois das 21h30, com um espetáculo de fogo de artifício.
António Tavares