INCÊNDIOS FLORESTAIS
Aeródromo poderá acolher pré-posicionamento de meios aéreos em contexto europeu
O Aeródromo de Castelo Branco, que acolhe a Base de Apoio Logístico (BAL) e o Centro de Meios Aéreos (CMA), poderá ser um local de pré-posicionamento de meios no contexto europeu, para combate a incêndios florestais. Isso mesmo foi garantido pelo ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, na passada quarta-feira, 30 de novembro, durante a visita que fez à infraestrutura.
José Luís Carneiro começou por destacar “a função estratégica” do Aeródromo e a importância do BAL e do CMA, aproveitando para “saudar a visão estratégica de Joaquim Morão”, ao criar a infraestrutura, que “não pode deixar de nos sensibilizar pela qualidade”.
Daí avançar que o Aeródromo “pode ter uma função estratégica naquilo que é o posicionamento do País na proteção civil, mas também no mecanismo europeu de proteção civil”, assim como “na relação com a vizinha Espanha”, no que respeita “à preparação dos países, para termos meios de capacitação e resposta áquilo que são os padrões europeus”.
Mais à frente José Luís Carneiro, com o foco na floresta e nos incêndios florestais, realçou que há “cada vez maiores dificuldades em combater incêndios”, devido à proporção e características destes.
Nesta matéria o membro do Governo adiantou que numa reunião dos ministros do Interior da União Europeia (EU), no passado mês de setembro, uma das decisões foi “reforçar já, e não esperar por 2026 ou 2027, os meios aéreos ao dispor do mecanismo europeu de Proteção Civil”, com outra a passar por “antecipar os meios aéreos, não esperando pelo verão, e pré-posicioná-los de modos a se ter tempos de resposta mais céleres na mobilização desses meios”. Tanto mais salientou que “este (incêndios florestais) “é um problema europeu, global”, dando como exemplos os fogos nos Estados Unidos da América, no Canadá e mesmo no Norte da Europa.
Assim avançou que “os países, sozinhos, não conseguem enfrentar este problema, pelo que a União Europeia, no seu todo, deve reforçar os meios financeiros, reforçar os meios aéreos”.
Tudo para avançar que “em Portugal podemos fazer pré-posicionamento de meios, como já foi feito na Grécia”, sendo que “Portugal está disponível para acolher meios aéreos da Europa, para pré-posicionamento”.
José Luís Carneiro afirmou ainda que “sendo Portugal um país periférico, poderíamos estudar a hipótese de com os nossos vizinhos Espanhóis pré-posicionarmos os meios em Castelo Branco”, não esquecendo que “há outros países que também querem acolher esse pré-posicionamento” e sublinhar que “Castelo Branco está nesse lote de prioritários”.
No início da vista ao Aeródromo, o presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, destacou também “as enormes potencialidades desta infraestrutura”, avançando, por outro lado, que “Castelo Branco é um concelho que está à beira da Europa”, para frisar que “temos uma pista e infraestruturas de excelência”, referindo-se concretamente à BAL.
Leopoldo Rodrigues fez questão de explicar que “temos vindo a melhorar as instalações e vamos melhorar ainda mais, porque temos recursos financeiros para fazê-lo”.
O autarca centrou também a sua atenção no “combate aos incêndios a partir de Castelo Branco”, reiterando que “temos uma pista de excelência e condições excecionais”, para destacar que “também temos condições meteorológicas ideais, que permitem voar todos os dias”.
António Tavares