CULTURA
Protocolo para requalificação da Casa António Salvado está assinado
O protocolo com vista à requalificação da Casa António Salvado foi assinado, na passada quinta-feira, 29 de dezembro. Recorde-se que a casa onde o poeta Albicastrense nasceu, localizada na Rua D’Ega, na Zona Histórica de Castelo Branco, foi doada por António Salvado à Câmara, em fevereiro de 2020, com a finalidade, entre outros, de acolher o espólio do poeta.
De acordo com o protocolo a Câmara de Castelo Branco é responsável pelo restauro e requalificação do imóvel, definindo que a Casa António Salvado acolherá a biblioteca particular de António Salvado, incluindo publicações periódicas e revistas, correspondência, manuscritos e o espólio do poeta, entre outros.
A autarquia é também responsável por dotar o espaço de equipamento, sendo que a Casa António Salvado será integrada na Biblioteca Municipal de Castelo Branco, como extensão. Os serviços do novo espaço cultural também serão assegurados por um colaborador da Biblioteca, sendo igualmente definido que a Casa de António Salvado também pode beneficiar do apoio da Associação dos Amigos da Casa de António Salvado, que foi criada em outubro de 2020.
Na cerimónia de assinatura do protocolo, o presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, realçou que “este é um momento importante para a Câmara, para a cidade, para o Concelho e para o País”.
Leopoldo Rodrigues destacou também que este é um assunto que “tem sido tratado há algum tempo” e considera que a Casa António Salvado “é importante, porque há a garantia que a obra poética de António Salvado tem um local que a acolha. Assim, essa obra tem um espaço para ser estudada, divulgada e preservada, pela Câmara”.
O autarca, além da “dimensão poética de António salvado”, destacou igualmente a sua dimensão como “cidadão, como humanista. Alguém que tem ação preponderante no Concelho de Castelo Branco, como professor, como diretor do Museu Francisco Tavares Proença Júnior”, sem deixar de valorizar “a veia poética que o transforma num dos grandes poetas portugueses contemporâneos”.
Tudo, para concluir que este “é mais um passo para concretizar o sonho de António Salvado de divulgação e preservação da sua obra”.
Leopoldo Rodrigues adiantou ainda, sem se comprometer com datas, que o processo “é para cumprir com celeridade” e avançou que se procederá ao “desenvolvimento do projeto para Casa, depois será o lançamento do concurso para sua reabilitação, seguindo-se a colocação da obra e do espólio”.
Antes disso, sublinha que “há um trabalho que pode começar a ser feito, que é a catalogação e inventariação”.
Reafirmando o “empenho para que tudo se concretize com a maior celeridade possível”, Leopoldo Rodrigues frisou também que a requalificação da Casa António Salvado “vem também de encontro à valorização da Zona Histórica, criando ali espaços para a sua valorização e para que seja visitada”, sendo uma das metas que “haja motivos importantes para as pessoas irem à Zona Histórica”.
António Salvado, por seu lado, afirmou que no respeitante à Casa António Salvado, “o primeiro propósito, acima de ser uma casa com o meu nome, é ser uma casa da poesia. Uma casa que vai receber jovens poetas”, o que considera “uma das funções mais nobres”.
António Salvado, que afirmou “estar satisfeito com este protocolo”, mostrou-se convicto que a Casa António Salvado “vai transformar-se numa das grandes bibliotecas da poesia ibero-americana”, tanto mais, revelou, que o seu espólio será enriquecido com inúmeras doações.
António Tavares