Edição nº 1785 - 22 de março de 2023

COMEMORAÇÕES DO DIA DA CIDADE
Aos 252 anos há que pensar o futuro

A 20 de março de 1771 Castelo Branco foi elevada à categoria de cidade, por decisão do Rei D. José I. Já lá vão 252 anos e a data foi assinalada na passada segunda-feira, 20 de março, com um conjunto de iniciativas, entre as quais uma Assembleia Municipal extraordinária, na qual o seu presidente, Jorge Neves, afirmou que “querer uma cidade melhor para todos é o objetivo de todos os autarcas”. Isto para destacar a importância de “revisitar o passado e olhar para o futuro, quando se colocam às cidades desafios cada vez mais complexos”.
Jorge Neves destacou que “a pandemia, a guerra são acontecimentos marcantes que deixam sequelas”, para mais à frente que, agora, “há que pensar a polis para a próxima década”. Nesse sentido defende que “há que prosseguir o caminho trilhado pelo executivo municipal”, apontando para um “modelo de desenvolvimento cada vez mais fundamentado no conhecimento e na inovação”. E nesta matéria sublinhou que “o relacionamento com Manchester é o exemplo de tipo de parcerias importantes na cultura, na educação, na ciência”.
Por outro lado, não deixou de destacar “as relações transfronteiriças, que deram frutos, e que agora precisam de revitalização”
Em dia de festa para a cidade, Jorge Neves não deixou de também de se referir a quem foi homenageado com a atribuição da Medalha de Ouro da Cidade de Castelo Branco, nomeadamente António Vieira Pires, Fernando Marques Jorge, Maria Graça Frade, o Serviço de Nefrologia do Hospital Amato Lusitano (HAL) de Castelo Branco da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco (ULSCB) e a Câmara e Cidade de Manchester.
Jorge Neves que destacou igualmente outra homenagem realizada nesse dia, com a atribuição do nome do General Ramalho Eanes a uma avenida da cidade.
Já no período reservado às forças políticas com assento na Assembleia Municipal, Ernesto Candeias Martins, do MPT, focou-se nas “duas grandes referências da cidade”, mais concretamente “o Castelo e a Zona Histórica”, chamando a atenção para a necessidade da sua “revitalização e contextualização” e, por outro lado, “à Torre do Relógio, como imagem da cidade”.
Ernesto Candeias Martins, noutra vertente, afirmou ter a esperança que “em 2024 a estátua a António Faria de Vasconcelos seja uma realidade” e deixou “um desafio à Câmara, para que a Biblioteca Municipal se passe a denominar Biblioteca António Faria de Vasconcelos”.
João Ribeiro, do Chega, considerou ser a hora de “fazer um balanço e pensar o que queremos para o futuro”. Sublinhou que “somos cidade há mais tempo que os Estados Unidos da América são país”, para denunciar que “não temos visão de futuro”. Por isso defendeu que “temos que olhar para a cidade e saber o que queremos daqui a 10 anos. Temos que olhar hoje para o futuro”.
Por seu lado, Adelina Martins, da coligação Partido Social Democrata/Centro Democrático Social – Partido Popular/Partido Popular Monárquico (PSD/CDS-PP/PPM), realçou que “estamos no Interior, onde o setor primário é muito importante”, para acusar que “tínhamos a sede da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC) em Castelo Branco, Tínhamos influência política e no emprego. Agora, com a descentralização o organismo é extinto e as competências passam para a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC)”. Tudo, para perguntar “o que perde a cidade, a Região” e denunciar que “um serviço de proximidade vai passar a depender de um organismo que está em Coimbra”.
Adelina Martins defendeu também que “não podemos continuar a ver os nossos filhos saírem e não mais voltarem”, bem como a assistir “ao despovoamento constante do Distrito, com os jovens a emigrarem para o Litoral ou para o estrangeiro”. Daí, considerar que é necessário “fazer algo”, apontando para “medidas estruturais que nos distingam pela positiva”. E, continua, “o Estado central, na vez de nos tirar, tem de trazer serviços e pessoas para Castelo Branco. Não queremos mais do mesmo, com secretarias de Estado fantasma, de faz de conta”.
Pedro Crisóstomo, do SEMPRE – Movimento Independente, começou por se referir “às merecidas homenagens” dos que foram distinguidos com a Medalha de Ouro da Cidade de Castelo Branco, para de seguida destacar “quatro figuras do passado recente. César Vila Franca, Joaquim Morão, Luís Correia e José Augusto Alves, que ficarão na história do nosso município.
Noutra abordagem avançou que “a população anseia pela construção de um Concelho e um País melhor”, apontando para “o consenso entre as forças políticas”, de modo “a todos estarmos unidos pelo desenvolvimento do Concelho e pelo amor a esta terra”, tando mais, sublinhou que “é um dever estarmos unidos na defesa das causas públicas”.
Por seu lado, Daniel Almeida, do Partido Socialista (PS), centrou a intervenção no futuro, referindo que “o centro histórico da cidade tem aguardado por uma nova realidade, com mais empregos, mais famílias, para fazer jus à nossa história”. Isto, para de seguida abordar a importância do Itinerário Complementar 31 (IC 31), as barragens do Alvito e do Barbaído, que “são fundamentais” e recordar o que já foi feito, nomeadamente com “a gratuidade das creches, as refeições para os alunos do 1.º e 2.º ciclos e a escola a tempo inteiro”, entre outros.
O presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, centrou-se na “importância deste dia para Castelo Branco e na importância da presença de uma embaixada de Manchester”, apontando, neste caso, para “a importância das parcerias”, porque no decorrer da cerimónia foi assinado um protocolo, um acordo de amizade entre Castelo Branco e Manchester que abrange áreas tão diversas, como a cultura, a educação e a ciência, a informação e o conhecimento. Acordo que também foi valorizado pela presidente da Câmara de Manchester, Donna Ludford.
Leopoldo Rodrigues defendeu depois que “exige-se, cada vez mais, que nos ocupemos do futuro”. Matéria em relação à qual destacou a importância dos “jovens, todos eles, encontrarem melhores condições para estudar, trabalhar e fixar residência”, Uma área em que “temos que ser proactivos. Atrair e fixar os mais jovens”, nomeadamente com “a atração de empresas e postos de trabalho”. Enumerando também a necessidade de “criar mais e melhores condições para as empresas aqui criarem riqueza”.
Uma área em que abordou a criação de uma “nova zona industrial, junto ao Aeródromo, próxima da via-férrea, da Autoestrada da Beira Interior (A23), do Aeródromo, do Itinerário Complementar 31 (IC31) ”, não esquecendo que “o isolacionismo é inimigo do progresso”.
Leopoldo Rodrigues apontou igualmente para a necessidade de “ir mais longe. Intervir em questões centrais como a habitação” e garantir que “a Estratégia Local de habitação será implementada brevemente”.
*Para o autarca também “não há futuro, se não houver saúde”, pelo que “há que atrair médicos para o território” e referindo-se à colaboração com a Unidade Local de Saúde de Castelo Branco (ULSCB), falou na “construção do Centro de Saúde de Alcains”, bem como na “Unidade de Saúde familiar de Castelo Branco, que a curto prazo funcionará em instalações provisórias e, depois, na Avenida Nuno Álvares”.
De fora das atenções do autarca, também não ficaram as barragens do Alvito e do Barbaído, para mais à frente afirmar que a Barragem da Marateca e o Regadio a Sul ca Gardunha, atualmente não acautela os interesses do Concelho, dos cidadãos” e deixou a garantia que “a água da Marateca não será para regadio enquanto não tivermos uma alternativa. Só temos condições para avançar com o Regadio a Sul da Gardunha se avançarmos com a Barragem do Barbaído”.
De referir, ainda, que no Dia da Cidade de Castelo Branco, foram apresentadas as novas estruturas de apoio do Mercado Municipal (Praça) e inaugurado o Study and Work Center. Assim como foi estreado o novo autocarro da Câmara, que fez o seu percurso de estreia com o transporte dos convidados desde a Câmara até à nova Avenida General Ramalho Eanes.
António Tavares

22/03/2023
 

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