POR ESTES DIAS em todo o mundo foi noticia o caso do jovem americano de 21 anos que teve acesso a documentos secretos do Pentágono para os divulgar numa rede social, num grupo formado por jovens que partilhavam o gosto pelos jogos de plataforma, ideais racistas e gosto pelas armas. Jack Teixeira é lusodescendente, mas isso não vem ao caso porque aposto que de português não conhecerá uma palavra que seja. Ele tem 21 anos e pertencia desde 2019 à Guarda Nacional da Força Aérea dos EUA, como informático e responsável por redes de comunicações militares. A divulgação destes documentos mostra uma forte imaturidade, porque se acredita que a partilha era uma espécie de bravata que lhe daria ascendente entre os parceiros. Ele partilhou documentos secretos a que tinha acesso com a promessa de que nunca utilizaria esta informação fora da sua esfera de trabalho. Tudo o que fez foi de tal forma amadora e com tal ingenuidade que rapidamente o FBI chegou até ao autor da divulgação dos documentos que não poderiam ter sido divulgados. O que é mais espantoso nesta história é a facilidade a que, pelo menos aparentemente, nos EUA se acede a informação tão sensível como esta que põe em causa a segurança nacional e que põe a descoberto algumas operações de espionagem que embaraçam os Estados Unidos como as escutas a Guterres, Secretário Geral das Nações Unidas e informações que fragilizam a posição da Ucrânia e da NATO no enfrentamento com a Rússia.

DEPOIS DE DOIS ANOS terríveis para tanta gente, que pôs entre parênteses muitas coisas que faziam parte do nosso dia a dia e dos nossos tempos livres, as provas do Troféu de Atletismo Gazeta do Interior, de que o nosso jornal se orgulha de dar o nome, voltaram à rua e juntaram centenas de atletas do distrito. Foi na passada semana, na Catraia Cimeira, a festa da entrega dos troféus 2022 aos melhores de uma modalidade que considero das mais democráticas no campo do desporto. Para a sua prática, dos mais novos aos menos jovens, pouco equipamento se necessita e desenvolve capacidades tão essenciais como a resistência física, a resiliência, a disciplina e o companheirismo. É o resultado de uma excelente organização da Associação de Atletismo de Castelo Branco, com apoio de várias entidades, principalmente autárquicas, estas cada vez mais estão despertas para a importância de apoiar desportos de praticantes, em alternativa aos de bancadas. Como lembrou Jorge Vieira, presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, não há concelho que não tenha um campo de futebol usado, com honrosas exceções, por pouco mais de duas dezenas de atletas, muitas vezes de passagem pelo concelho, onde não vão deixar marca relevante. Mas são muito poucos os concelhos com pista de atletismo. Um espaço de desporto que a autarquia de Proença-a-Nova, anfitriã da festa, se prepara para oferecer a toda a população do concelho, a começar pela população escolar. O nosso jornal dá um especial ênfase às coisas da cultura. Em todas as suas vertentes. Também na cultura desportiva. Por isso, damos uma dúzia de linhas ao futebol, damos uma página a desportos como o judo ou os jogos tradicionais. E, claro, ao atletismo. Para nós, muito mais importantes que os desportistas de bancada, são os praticantes de desporto.

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