SEMPRE contesta intervenção de Leopoldo Rodrigues
O SEMPRE – Movimento Independente veio, em conferência de Imprensa realizada esta terça-feira, 2 de maio, rebater a intervenção do presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, na Assembleia Municipal da passada sexta-feira, 28 de abril, sobre as contas do Município relativas a 2022 (ler notícia).
Uma intervenção durante a qual Luís Correia realça que “o senhor presidente (Leopoldo Rodrigues) atacou diretamente os vereadores do SEMPRE, sabendo que os mesmos não se podiam defender”, o que classifica como “uma falta de ética, de decoro”.
Luís Correia defende que tal “parece a demonstração que começa a entrar em desespero”, para avançar que “não nos consideramos os melhores” e sublinhar que “desconhece (Leopoldo Rodrigues) os conceitos técnicos de um orçamento. Se não desconhece, as afirmações apenas demonstram que apenas se preocupa em fazer demagogia”.
Tudo isto, para abordar os argumentos pormenorizadamente, a começar por “ter dito que o saldo de gerência aumentou”, para assegurar que “tal só justifica que não executou”, pois “o saldo é resultado da fraca execução, resultado da inoperância e incapacidade de concretizar”.
Quanto “a ter cumprido a regra de equilíbrio financeiro” adiantou que “previa gastar todo o saldo de gerência. Não gastou. Se tivesse gasto não sabemos se teria cumprido a regra, nem qual o resultado”.
Luís Correia recordou também que Leopoldo Rodrigues afirmou que “«executamos mais despesa em valores absolutos desde 2015». Ou seja, comparou com o passado, que parece que o persegue” e denunciou que “quando fala de maior despesa absoluta não explica alguns aspetos fundamentais, porque não quer ou não sabe”.
Já no que se refere “à comparação do resultado de exploração de vários anos, tal não justifica a inoperância de 2022”, até porque “não explica as comparações que faz” e acrescentou que “ele próprio aprovou as contas a que se refere, no passado, e nunca fez qualquer reparo”. Luís Correia frisa ainda que “são comparações falsas, esquecendo a justificação que devia dar. São comparações que não podem assim ser feitas “. No respeitante a este ponto referiu que “quanto ao resultado negativo de 2018, está no relatório a justificação, devido a certas contabilísticos, tal como em 2019”. isto para afirmar que “se quer fazer comparações, não faça demagogia. Se quer compare, compare com o que escreveu no relatório e contas de 2022, pois tem consciência do mau resultado que teve em 2022, pois escreveu-o no próprio relatório”. Adiantou ainda que “não pode comparar números se os explicar” e denuncia que, “por exemplo, compara com 2021, sem sequer dizer que foi um ano de pandemia”.
No que se refere a ter “afirmado que os custos de energia foram muito grandes, pode justificar o prejuízo. Mas, se não fosse a inflação, a execução baixava. Se não fossem os custos, a execução seria muito inferior a 50 por cento”. E nesta matéria recordou que “em 2022 alertamos a autarquia para os custos de energia e a inflação. A vereadora Ana Teresa Ferreira, em outubro de 2022, falou num plano de feculência energética. O presidente disse que a Câmara estava atenta e que ia agir. Em dezembro voltamos a questionar sobre o plano e disse que estava a ser elaborado, mas até hoje nada”.
Quanto aos compromisso anteriores, Luís Correia realçou que “é o mais falacioso dos argumentos, sendo pura demagogia, ou desconhecimento técnico. Os compromissos anteriores são contratos feitos no ano ou anos anteriores. São despesas contratadas anteriormente. São obras. São investimentos”. Além disso, continuou, “o investimento em obra, que são a maioria, não concorre para a conta de exploração, não influenciam em nada os cinco milhões de prejuízo”. Afirmou também que “isto não justifica nada a péssima execução. Pelo contrário, ajuda. Se tirássemos essas obras a execução baixaria muito e, certamente, ficaria perto de zero” e conclui que “o que valeu para a execução foram estes compromissos anteriores”.
Focado no “apoio à família e à devolução de um milhão e 200 euros às famílias, não devolveu nada, porque a devolução do IRS só vai ter reflexo nas contas do Município em 2023”.
Luís Correia destacou que “é muito com falar-se demagogicamente, mas quando começamos a esmiuçar chegamos a estas conclusões”.
Por outro lado abordou “a questão da falácia em relação às freguesias, em que fez comparações”, para assegurar que “este município está a descurar a questão das freguesias e da coesão territorial. O aumento das transferências para as freguesias; as obras, tirando as que vieram, foram poucas ou nenhumas; esquece o que afirmamos em reunião de Câmara, que favorece freguesias lideradas pelo Partido Socialista (PS)”.
Luís Correia falou ainda noutros temas, como, por exemplo, “as ciclovias, sobre as quais há um ano disse que havia problemas para resolver. Agora disse precisamente o mesmo, passado um ano”.
Destacou também que “quando assumiu a Câmara já tinha um projeto para um novo Centro de Empresas Inovadoras (CEI). Era só por a concurso. Mas só foi lançado no final do ano passado, depois de um ano de mandato. Foi um ano para abrir um concurso. A culpa não é do passado é da inoperância deste executivo”.
Entre outros exemplos, Luís Correia conclui que “um presidente de Câmara existe é para resolver os problemas”.
AT