Edição nº 1803 - 26 de julho de 2023

PRÉMIO INTERNACIONAL DE POESIA ANTÓNIO SALVADO – CIDADE DE CASTELO BRANCO
Biblioteca António Salvado acolhe entrega de prémios

A entrega de prémios da terceira edição do terceiro Prémio Internacional de Poesia António Salvado – Cidade de Castelo Branco realizou-se no passado sábado, 22 de julho, com a cerimónia a começar com um momento alto, que consistiu no descerramento de uma placa que faz com que a Biblioteca Municipal de Castelo Branco se denomine agora Biblioteca Municipal António Salvado. Uma homenagem ao poeta Albicastrense que morreu a 5 de março deste ano e que da parte de Adelaide Salvado mereceu “um profundo agradecimento, por a Câmara ter atribuído o nome de António Salvado a esta casa”.
Já na cerimónia de entrega de prémios, o presidente da Junta de Freguesia de Castelo Branco, José Dias Pires, leu um texto da sua autoria, no final do qual destacou que “José Jorge, Rámon, Carlos Nuno, Luís, José Manuel, Rubiel: Sei que gostam de escrever com luz. A luz do dia e das noites que se amam na sua contradição antes de descansarem no consolo das janelas abertas. Sei que, para todos, a escrita é um dia que nunca termina. A vossa escrita tem o cheiro da casa, o cheiro da terra, o cheiro a sonhos ou desalentos, que desce sobre todos vós, como a noite. Sei que, por vezes, o calor das memórias por abrir é vencido pela fria lucidez de cada mensagem, como se tivessem raízes. A escrita, mesmo quando toda ela é novidade, é sempre a razão que nos leva a regressar aos nossos lugares, um a um, para saímos embrulhados em cobertores de recordação e estranheza, somo se falhassem as palavras ou se transformassem apenas em bafo. O resto é apenas uma espécie de sono acordado e uma velhice agradável que nos acompanha desde a infância. Bem-haja por nos terem escolhido para nos mostrarem os vossos belíssimos livros de poesia”.
Numa sessão em que a poesia, como não podia deixar de ser, esteve sempre presente, Enrique Cabero, que é vice-reitor da Universidade e preside à Mesa do Conselho e Económico e Social de Castela e Leão, entre outros cargos, referiu que “este é um dia especial”, por se tratar do “dia de entrega de prémios do Prémio Internacional de Poesia”.
Enrique Cabero elogiou António Salvado e não deixou de destacar que “é importante que a Biblioteca tenha o seu nome”, tendo em consideração que “a cultura num lugar de destaque na política é um sinal de sabedoria”.
Tudo, para no final referir, em relação ao Prémio, que “continuam nesta linha maravilhosa”.
Por seu lado, Alfredo Pérez Alencart recordou que “o Prémio tem seis anos. Na realidade, tem sete anos e meio, desde que foi criado pelo então presidente da Junta de Freguesia de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues”, para salientar que “depois entrou outro político, que já é poeta”.
As origens do Prémio foram também recordados pelo presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, considerando que “devemos a sua dimensão e projeção a Alfredo Pérez Alencart” e avançou que “a política serve para isto, que é reconhecer, transformar, tornar melhor a vida das pessoas”. Motivos que levam a que “temos feito uma forte aposta na cultura”, para defender que “alguns dizem que o investimento na cultura é efémero e serve apenas para alguns”, contrapondo que “nós dizemos o contrário”, porque, “investir na cultura nunca será um desperdício, mas sim um investimento”.
Leopoldo Rodrigues acrescentou ainda que a atribuição do nome de António Salvado à Biblioteca “é uma justiça” e assegurou que “seria estranho se isso não tivesse acontecido”.
Recorde-se que nesta edição do Prémio Internacional de Poesia António Salvado – Cidade de Castelo Branco, os vencedores foram José Jorge Letria, com a obra Aviões com nomes de poetas, e Ramón García Mateo, com Retratos y Figuraciones, em língua portuguesa e em língua castelhana, respetivamente.
Ramón García Mateo esteve presente na cerimónia, mas o mesmo não aconteceu com José Jorge Letria, por motivos de saúde, uma vez que na semana passada foi alvo de uma operação cirúrgica, com José Dias Pires a adiantar que se deslocará a Castelo Branco, no início do outono, para apresentar o livro.
Mas para além dos dois vencedores, José Jorge Letria e Ramón García Mateo, o júri do Prémio deliberou entregar quatro menções honrosas. Assim, em língua portuguesa foram distinguidos Luís Pimentel, com a obra Tão logo a tela escurece, e Carlos Nuno Granja, com As entranhas da alma proscrita, enquanto na língua castelhana foram distinguidos José Manuel Jaén Bernuz, com Cuando seamos viento, e Rubiel L. Labarta, com Canción de posguerra.
António Tavares

26/07/2023
 

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