Edição nº 1814 - 18 de outubro de 2023

António Tavares
Editorial

O Governo, depois de anunciar uma descida de 30 por cento nas ex-SCUT (Autoestradas sem Custo para o Utilizador), ao dar a conhecer o Orçamento do Estado para 2024, revelou que vai agravar o Imposto Único de Circulação (IUC) para carros anteriores a 2007. Ou seja, com uma mão dá migalhas, ou melhor, não dá, porque as SCUT foram financiadas em grande parte por fundos da União Europeia, tendo como finalidade serem gratuitas.
E, não reste a menor dúvida, o aumento do IUC será algo nunca visto, uma vez que depois de um acréscimo que poderá chegar aos 25 euros, em 2024, a escalada vai continuar até se atingirem valores astronómicos.
Um completo absurdo, porque se muitos Portugueses têm carros anteriores a 2007 é por não terem a possibilidade de comprar veículos novos ou mais recentes. A menos que nos queiram fazer crer, sabe-se lá, que os Portugueses gostam de circular em carros que gastam mais, são menos seguros e exigem mais despesas de manutenção.
Mais, o IUC tem como finalidade compensar os custos ambientais e rodoviários originados pelo carro e, por isso, os veículos elétricos estão isentos. Sim, esses carros elétricos que não estão a alcance da maioria e que andam nas mesmas estradas, mas não pagam IUC. Porquê?
Num país que tem um parque automóvel envelhecido, pelas razões que são conhecidas de todos, o agravamento do IUC vai render milhões, que serão pagos, para variar, pelos que menos podem. Será que o objetivo é fazer com que a maioria dos Portugueses não possa ter carro e ande a pé, ficando o privilégio de ter carro próprio só para alguns, como noutros tempos?

18/10/2023
 

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