Edição nº 1819 - 22 de novembro de 2023

SESSÃO DE CÂMARA
Leopoldo Rodrigues e Jorge Pio trocam argumentos

A sessão da Câmara de Castelo Branco realizada na passada sexta-feira, 17 de novembro, ficou marcada pela troca de argumentos entre o presidente da autarquia, o socialista Leopoldo Rodrigues, e Jorge Pio, do SEMPRE – Movimento Independente.
Uma sessão na qual Leopoldo Rodrigues apresentou um voto de pesar pela presidente da Direção da Casa da Infância e Juventude (CIJE) de Castelo Branco, Graça Frade, e que mereceu a unanimidade das forças partidárias com assento no executivo.
No período de antes da ordem do dia, Leopold Rodrigues abordou alguns pontos que considera importantes, como, por exemplo, “a reunião com a APTIV, que vai abrir uma nova fábrica em Castelo Branco, que numa fase inicial criará 50 a 60 postos de trabalho”. O autarca referiu que se trata de “um investimento de 10 milhões de euros e a faturação anual será de 70 milhões de euros”, pelo que é um projeto de valor muito acrescentado”, Tanto mais se se considerar que “o volume de faturação será superior ao da atual APTIV, que tem 1.400 colaboradores”. Nesta matéria, Leopoldo Rodrigues destacou ainda “o trabalho de proximidade com a Câmara e o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), que vai desenvolvendo as formações”.
Entre outros pontos, Leopoldo Rodrigues realçou também que foi assinado o contrato que permite que o hangar do Aeródromo de castelo Branco acolha a empresa TRMK Aeronautics, que trabalha em parceria com a Dassault Aviation, para ali proceder, numa primeira fase, ao desmantelamento de aviões a jato Falcon, enquanto numa segunda fase também procederá à manutenção dessas aeronaves, sendo de recordar que a empresa já solicitou à Câmara a cedência de um espaço para construção do seu próprio hangar, numa obra que deverá ascender a cerca de um milhão de euros. Leopoldo Rodrigues adiantou que “as primeiras ferramentas já estão no hangar e a atividade deverá começar até final do ano”.
Depois de se referir à Valerius, a ex-Dielmar, em Alcains, que “deverá fechar o ano com uma faturação de seis milhões de euros”, o presidente da Câmara afirmou que, “pelo lado negativo, temos o encerramento da Goucam”, em relação à qual adiantou que “contactei os ministérios da Segurança Social e da Economia, para obter informação e soube que não foi pedido nenhum apoio para a empresa, o que não se entende”. Tudo para avançar que “também já reuni com os trabalhadores e com os representantes do sindicato”.
Após esta apresentação, João Belém, da coligação Partido Social Democrata/Centro Democrático Social – Partido Popular/Partido Popular Monárquico (PSD/CDS-PP/PPM), afirmou que “é importante o Município ter esta panóplia de resultados positivos”, tando mais que “há muito a fazer”, sendo que “isto deve ser um incentivo”.
Na reunião também esteve no centro das atenções a entrada de Castelo Branco para a Rede de Cidades Criativas da UNESCO, na categoria Artesanato e Artes Populares, com o Bordado de Castelo Branco. Uma questão na qual o vice-presidente da Câmara, Hélder Henriques, fez questão de destacar que “este não é um feito menor. É um feito notável da comunidade Albicastrense. 31 de outubro marcou um feito notável inspirado no espírito da terra, dos nossos antepassados”. Tudo, para mais à frente, frisar que tal simboliza “o reconhecimento mundial do Bordado de Castelo Branco. Esta entrada é um facto maior da história de Castelo Branco, que permite um posicionamento diferenciado de Castelo Branco no Mundo”.
As críticas ao executivo surgiram depois pela voz de Jorge Pio, do SEMPRE, ao afirmar que “em contraponto ao cenário cor-de-rosa, tenho duas críticas”.
A primeira relacionada “com a publicação e notícia da celebração de 25 novos contratos, no âmbito do Programa Habitar Castelo Branco Solidário, o que rompe com o passado, pois o apoio social deve ser o mais incisivo possível, mas discreto”.
Isto, para de seguida apontar o dedo à “propaganda”, ao avançar que “anuncia constantemente um conjunto de projetos, mas na realidade o que temos é pouca concretização”, dando como exemplo “o Centro de Empresas Inovadores 2 (CEI 2) e a Escola de Chefs”.
Jorge Pio abordou igualmente “os investimentos nas freguesias, que de oito milhões de 700 mil euros, passaram para nove milhões e 100 mil euros, o que dividindo por 18 freguesias, tirando Castelo Branco, dá 500 mil euros por freguesia”. Tudo, para destacara que de “uma dotação de nove milhões e 100 mil euros, baixou para seis milhões e em termos de obra concretizada temos um milhão e 350 mil euros, o que dá uma média por freguesia de 75 mil euros”. Acrescentou que “desse milhão e 350 mil euros, 524 mil euros foram para o Largo de Santo António, em Alcains, e 260 mil euros numa obra na Lardosa, que são obras do mandato anterior. Ou seja, mais de metade das obras não são suas”.
Explicação que serviu para realçar que “milhões anunciados são tostões na realidade”.
Na resposta, Leopoldo Rodrigues afirmou que “parece que não foi vereador com funções executivas”, bem como que podíamos fazer o balanço dos seus oito anos de mandato” e garantir que “mais obras serão lançadas, a seu tempo” e concluir que “o senhor faz estatísticas, nós projetamos e fazemos obra. É aquilo que nos distingue”.
António Tavares

22/11/2023
 

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