AMBIENTE E NATUREZA NO PARQUE NATURAL DO TEJO INTERNACIONAL
A importância da cogestão
A Comissão de Cogestão do Parque Natural do Tejo Internacional (PNTI) organizou, dias 6 e 7 de dezembro, no Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco (CCCCB), o Fórum de Cogestão em Áreas Protegidas, dedicado ao tema Cogestão e Valorização dos Territórios das Áreas Protegidas. O encontro teve como objetivo ser um espaço de discussão/reflexão dotado de uma agenda temática, que pretende mobilizar os principais intervenientes em torno de interesses comuns, no quadro da valorização das áreas protegidas portuguesas. O evento pretendeu, acima de tudo, debater questões ligadas à área protegida, divulgar o trabalho desenvolvido no PNTI, através de um debate prospetivo e uma reflexão sobre a dinâmica da cogestão, a valorização e os novos desafios e oportunidades ligados ao tema.
Na abertura dos trabalhos, o presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, realçou que a Comissão de Cogestão do Parque Natural do Tejo Internacional (PNTI) “é um processo relativamente recente que nos envolve, nos mobiliza”, para de seguida destacar que “o PNTI é uma das nossas joias, pela sua diversidade de flora e de fauna” e acrescentou que existe “a preocupação no Rio Tejo, no que é a água e a qualidade”. Por isso assegurou que “temos ambições”, referindo-se em específico “ao regular o caudal do Tejo, através da construção da Barragem do Alvito”.
Leopoldo Rodrigues defendeu que “há decisões que há que ter coragem de tomar”, bem como que “todos temos um contributo a dar”, no que se refere “à sustentabilidade ambiental”.
Argumentos que o levaram a concluir que o Fórum “é o primeiro passo, no sentido de debater estas temáticas e saber como agir nestas áreas protegidas”, com a finalidade de “abrir novas perspetivas. Novas formas de gestão e intervenção”.
Por seu lado, o presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, Armindo Jacinto, frisou que “este é um projeto pioneiro da cogestão em Portugal”, não deixando de se referir “a um ativo tão importante que temos no território”.
Para Armindo Jacinto é fundamental “preservar um património natural extraordinariamente importante, que possa trazer riqueza para o território”, apontando para “a criação de valor fundamental para a criação de riqueza e emprego”, tanto mais que “a criação de valor é fundamental para podermos ambicionar a preservação deste território natural”.
O autarca assegurou que “sou adepto, desde o início, da cogestão”.
Já o presidente da Câmara de Vila Velha de Ródão, Luís Pereira, começou por recordar que “este modelo deu os primeiros passos em 2017 e do ponto de vista político foi um projeto com alguma coragem”.
Isto, para defender que este “é um processo importante para os territórios”, até porque tem a mais-valia de “aproximar parceiros e os por a trabalhar na preservação, a dar um papel importante a que essas áreas têm no desenvolvimento dos territórios”.
Luís Pereira referiu que já se “realizaram mais de 100 reuniões e estiveram envolvidas mais de mil pessoas” e avançou que “já materializamos um conjunto de projetos muito importante”.
Para o autarca não resta a menor dúvida que “há muitos desafios para o PNTI” e chamou a atenção para a importância de “consolidar esta estratégia de desenvolvimento”, sendo que “se escolheu o caminho acertado, quando se decidiu avançar com este modelo de cogestão”.
Na sua intervenção, a diretora regional da Conservação da Natureza e Florestas do Centro, Fátima Reis, afirmou que “as áreas protegidas são áreas com uma riqueza natural singular. É por isso que são áreas protegidas”, para avançar que “a cogestão veio alavancar as áreas protegidas”.
Também presente na sessão de abertura, o secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, João Paulo Catarino, deixou bem claro que “o Geopark Naturtejo e o Parque Natural do Tejo Internacional são dois ativos diferenciadores deste território”.
António Tavares