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Edição nº 1832 - 21 de fevereiro de 2024

NOS 134 ANOS DA TOMADA DO CARVALHAL
O Carvalhal é nosso!

O povo de Souto da Casa, no Concelho do Fundão, celebrou, como sempre nas Quarta-Feira de Cinzas, que este ano foi a 14 de fevereiro, o dia da Tomada do Carvalhal. Um evento que data de 1890, quando a família Garrett, numa atitude feudal, quis tomar posse do Carvalhal, em plena serra de Alpedrinha, que desde há muito era um espaço comunitário, um baldio utilizado pelos habitantes da aldeia, essencial para a sua subsistência. Era evidente para o povo, que o Carvalhal não podia ser de uma só pessoa, por isso se sublevou, quando o feitor da Casa Garrett se preparava para ocupar os terrenos. Houve tiros, sinos a rebate, juntou-se a população, subiu a serra e enfrentou o feitor que acabou a ter de reconhecer que o Carvalhal pertencia mesmo ao povo. Data de então o grito De quem é o Carvalhal? O Carvalhal é Nosso! que agora se ouve um pouco por todo o lado, no ribombar cadenciado dos bombos, no dia em que se evoca esta memória. Este ano, fez-se coincidir a Tomada do Carvalhal com o início das festividades dos 50 anos da Revolução do 25 de Abril.
Por isso, antes de se subir a serra, foi inaugurada a exposição de parte do espólio de António Lourenço Marques, de livros proibidos pela censura. Vítor Martins, na qualidade de presidente da Comissão dos 50 anos de abril, justificou este local para início das celebrações também por se poder considerar o grito do Carvalhal como um dos primeiros gritos de liberdade em Portugal. Foi anunciado que está em preparação a candidatura da Tomada do Carvalhal a Património Cultural Imaterial e, em primeira mão, notícia desse mesmo dia, o presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes anunciou que o Fundão tinha sido reconhecida pela UNESCO como Cidade de Aprendizagem, pelo compromisso com a educação e com a aprendizagem ao longo da vida.
As festas continuaram no alto da serra, em convívio de centenas de moradores e forasteiros, num almoço comunitário, com os bombos sempre presentes. Esta é uma celebração muito enraizada no Souto da Casa, como o mostra o casal José e Alice Oliveira, emigrantes que, depois de reformados regressaram às origens. Dizem-nos que nos 40 anos que trabalharam em França, não houve um único ano que tivessem faltado à Tomada do Carvalhal. Nem que fosse por três dias, apanhavam o avião, e chovesse, fizesse sol ou nevasse, o grito de De Quem É o Carvalhal? tinha de ser dado no sítio. E, a par das carnes grelhadas e outros acepipes que se iam partilhando, também houve lugar à cultura, com a leitura partilhada de poemas, orientada por Elsa Ligeiro, da editora Alma Azul, e um colóquio A Canção ainda é uma Arma?, a lembrar os tempos de José Mário Branco e José Afonso, entre outros cantores, também atuais, herdeiros da luta e da canção interventiva.
João Carlos Antunes

21/02/2024
 

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