Edição nº 1841 - 24 de abril de 2024

REQUALIFICAÇÃO DA COLÓNIA DE FÉRIAS DA AREIA BRANCA
“O avião já saiu do aeroporto, a viajem iniciou-se”

O presidente da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB), João Lobo, que também preside à Câmara de Proença-a-Nova, realça que “o avião já saiu do aeroporto, a viajem iniciou-se”, referindo-se à requalificação da Colónia de Férias da Areia Branca, no Concelho da Lourinhã. Recorde-se que a Colónia de Férias, que é propriedade da CIMBB, está desativada desde 2009, depois de um temporal ter destruído a cobertura, o que conduziu ao avançado estado de degradação em que a estrutura, que tem a forma semelhante a um avião, se encontra.
Esta afirmação foi proferida na passada quarta-feira, 17 de abril, na apresentação do projeto vencedor do concurso público para a requalificação do edifício da Colónia de Férias.
Refira-se que o concurso público promovido pela CIMBB, com a participação da Secção Regional de Lisboa e Vale do Tejo da Ordem dos Arquitetos, contou, inicialmente, com “28 concorrentes, mas quatro ficaram pelo caminho, pelo que 24 foram alvo da apreciação do júri”, como adiantou João Lobo.
Para o presidente da CIMBB, também foi importante “a articulação com o Município da Lourinhã”, para este “passo decisivo, para um edifício emblemático para a Beira Baixa e que significa muito para aqueles que usufruíram daquele espaço”, apontando inclusive para “uma carga sentimental”
Pelo meio deixou também elogios para “os que tiveram o arrojo e a ideia de construir um edifício desta amplitude, fora da área deles e naquela época”.
No que se refere ao concurso público, a proposta vencedora foi apresentada pelo gabinete Salto Studio, sendo que a CIMBB, face à qualidade das propostas apresentadas, decidiu atribuir prémios aos cinco primeiros. Assim, além do vencedor, também foi premiado o segundo classificado, o GGLL Atelier, Lda.; o terceiro, Francisco Freire; o quarto, Elena Rossi; e o quinto, Lupasestudio, Lda.
João Lobo adiantou que a requalificação do edifício, para “utilizar como espaço de hotelaria, com três estrelas ou superior”, implicará um investimento que “rondará os quatro milhões de euros”, pelo que o projeto integrará o projeto Revive, por ser esta a via que possibilitará “ajudar os municípios a financiar a requalificação e, depois, de o colocar à exploração”. Nesse sentido adiantou que foram mantidos contactos com o secretário de Estado do Turismo do governo anterior, sendo que as conversações vão agora continuar com o novo secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado.
Confrontado com a possibilidade de não surgirem interessados no Revive para o edifício, como tem acontecido em muitas situações, João Lobo admitiu que “o risco existe”, mas realçou que “é muito diminuto” e sublinhou que “o edifício está a 15 metros do mar. Já não é permitido construir edifícios a essa distância do mar”, o que o leva a concluir que, por isso, “há uma grande apetência pelo edifício”.
João Lobo destacou, por outro lado, que a CIMBB “decidiu, desde sempre que o edifício não seria alienado, por duas razões. A primeira, na reserva da memória e da herança daqueles que o construíram. A segunda, porque será uma mais-valia para o território, para a CIMBB”.
Presente na cerimónia, João Serra, que é vereador na Câmara da Lourinhã, afirmou que “para nós é muito importante que o espaço seja requalificado” e realçou o “caminho feito em conjunto pela CIMBB e pela Câmara da Lourinhã”, com a certeza que “vamos todos beneficiar”. Daí considerar que “a passagem para a execução é o que mais nos importa”, com o desejo que “o Revive seja um sucesso”.
Da parte do Salto Studio, o arquiteto André Nave confessou que “ficamos fascinados pela forma do edifício” e o objetivo “é valorizá-lo o máximo possível e perceber como a nova fachada se irá desenvolver, relacionando-o com a Areia Branca e a sua história”. Assim, adiantou que “a nova pele será relacionada com a história do edifício e serão recriados os balcões das aldeias da Beira Baixa. Haverá a simbiose dos balcões com os toldos de praia, para recriar a ideia dos balcões das aldeias da Beira, da frente para o mar”, Deste modo, continuou, “em cada um dos quartos será recriado um balcão da Beira Baixa. Será um quarto compacto, quase encarado como uma alcova em tamanho grande”.
André Nave avançou também que “parte dom edifício será um hotel, mas também haverá uma parte aberta à comunidade. O Piso 1 e o Piso 2 serão quartos. O Piso 0 terá zonas públicas, um ginásio, um restaurante, um bar e na nave central do piso térreo também será criado um espaço de cowork”.
Tudo isto para manter uma ligação com a comunidade, com João Lobo a acrescentar que também será criada uma loja com produtos da Beira Baixa, de modo a ser uma ligação entre a Areia Branca, a Lourinhã, e a Beira Baixa, funcionando como ponto de atração de turistas para o nosso território”.
António Tavares

24/04/2024
 

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