João Belém
VIDA, LIBERDADE E A BUSCA DA FELICIDADE
“Aja de maneira a tratar a humanidade, seja a sua ou a de outra pessoa,
nunca como um meio para atingir um fim,
mas sempre como um fim em si mesma.”
Immanuel Kant
Durante a segunda metade do século XX, depois do desmantelamento dos grandes impérios coloniais, o assunto mais preocupante era o desenvolvimento social, político e económico daquele que então era conhecido como o Terceiro Mundo (África, o Oriente, a América Central e do Sul e o Sul e Sudeste Asiático) e a forma como o Primeiro Mundo (a Europa e a América do Norte) deviam compensar séculos de exploração.
O assunto impeliu o teórico americano de desenvolvimento humano Denis Goulet (1931-2006) a criar uma área de ética do desenvolvimento, que examinava o desenvolvimento não apenas sob o ponto de vista das necessidades imediatas das pessoas nas partes mais pobres do mundo, tais como comida, cuidados de saúde e abrigo, como também incluía a ideia da equidade entre os mais ricos e os mais pobres, assim como delineava os direitos humanos básicos que todos os ser humanos deviam exigir como seus.
A pergunta que Goulet fez em 1971, «Como podem as diretrizes morais influenciar as decisões daqueles que detêm o poder?», continua por responder e tornou-se, entretanto, cada vez mais difícil de resolver devido aos problemas da poluição e das alterações climáticas e à forma como estas afetam a sustentabilidade e o desenvolvimento.
As diretrizes morais podem influenciar as decisões daqueles que detêm o poder de várias maneiras:
1 - Consciência moral: As diretrizes morais são um guia para ações éticas e justas. Aqueles que detêm o poder podem ser influenciados por essas diretrizes em sua consciência moral, levando-os a tomar decisões que atendam aos princípios éticos e morais.
2 - Responsabilidade: As diretrizes morais muitas vezes enfatizam a responsabilidade e prestação de contas pelas ações. Aqueles que detêm o poder podem ser incentivados a agir de maneira responsável e ética, considerando o impacto de suas decisões nas pessoas e na sociedade como um todo.
3 - Legitimidade e credibilidade: A adesão a diretrizes morais pode aumentar a legitimidade e credibilidade daqueles que detêm o poder. Agir de acordo com princípios éticos e morais pode ajudar a construir confiança e respeito dos cidadãos e instituições.
4 - Consequências das decisões: Seguir diretrizes morais pode levar a melhores resultados a longo prazo. Decisões éticas e moralmente corretas tendem a gerar respeito, cooperação e confiança entre as partes envolvidas, criando um ambiente propício para a realização de objetivos comuns.
Em resumo, as diretrizes morais podem influenciar as decisões daqueles que detêm o poder, incentivando a adoção de práticas éticas e justas, promovendo a responsabilidade e prestação de contas, aumentando a legitimidade e credibilidade e levando a melhores resultados a longo prazo.