NA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE CASTELO BRANCO
As comemorações dos 50 anos de liberdade
Os 50 anos do 25 de Abril, que libertaram Portugal da ditadura do Estado Novo e trouxeram a Liberdade, foram assinalados em Castelo Branco com várias iniciativas e, claro está, com uma Assembleia Municipal, na qual os valores e as conquistas de Abril estiveram em destaque.
Na sessão comemorativa realizada no Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco (CCCCB), o presidente da Assembleia Municipal, Jorge Neves, chamou a atenção para um “marco extraordinário da nossa história. Uma revolução da esperança, da coragem e da determinação, para além de uma revolução militar” e rematou que “hoje vivemos frutos dessa liberdade arrojada”.
Jorge Neves alertou, pelo meio, para perigos, como “as notícias falsas que são uma ameaça significativa para a nossa sociedade”, para mais à frente chamar a atenção para a importância da “participação dos cidadãos”, ao considerar que “o deficit participativo é um desafio, pelo que há que fortalecer a democracia como um todo” e reforçou que “a democracia que tanto valorizamos exige a nossa participação ativa”.
Também Ernesto Candeias Martins, do MPT, revelou “a grande emoção e orgulho de celebrar os 50 anos do 25 de Abril de 1974”, para relembrar que “a democracia com a grande conquista de Abril. A Revolução marcou o início da vida democrática em Portugal” e acrescentou que “ que mais mudou foi a nossa mentalidade a nossa forma de viver”. Tudo isto para adiantar que a “democracia e a liberdade estão sujeitas a ameaças a que temos o dever coletivo de estar atentos”.
Ernesto Candeias Martins referiu também que “houve ganhos, mas há muito para fazer, para cumprir as promessas de Abril”, dando como exemplo o Interior e a necessidade de “inverter assimetrias”.
Já Maria da Conceição Pereira, do Chega, apontou para “um momento marcante da história contemporânea”, para avançar que “há que refletir sobre os desafios que anida enfrentamos”, dando como exemplos “a desigualdade social, o corrupção e a crise económica”, entre outros”.
Não perdeu também a oportunidade de se referir à importância do 25 de Novembro de 1975 e assegurou que “se hoje podemos celebrar este dia (25 de Abril) em muito o devemos ao 25 de Novembro”.
Uma data que também esteve no centro das atenções de Liliana Rebelo, da coligação Partido Social Democrata/Centro Democrático Social – Partido Popular/Partido Popular Monárquico (PSD/CDS-PP/PPM), ao afirmar que “com o 25 de Novembro a democracia foi definitivamente instalada em Portugal”. Isto para depois assegurar que “celebrar o 25 de Abril é celebrar a mudança” e concluir que “muito está ainda por cumprir, principalmente nas regiões do Interior”.
Na mesma linha, Maria José Rafael, do SEMPRE – Movimento Independente, referiu-se ao 25 de Abril como “o acontecimento mais importante da nossa história recente”. Acrescentou que “nada está garantido”, pelo que “temos que nos manter vigilantes e exigentes”, até porque “hoje vivemos uma crise de valores”.
Também para Francisco Pombo Lopes, do Partido Socialista (PS), “sem o 25 de Abril Portugal não seria o país que hoje conhecemos”, apesar de adiantar que “o caminho da nossa democracia está longe de terminar. Haverá continuamente aspetos a melhorar”, para assegurar que “liberdade é também sinónimo de responsabilidade” e apontar para “uma obra inacabada em constante melhoramento”.
Na última intervenção da sessão, o presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, não perdeu a oportunidade de se referir a dois naturais do Concelho de Castelo Branco que tiveram papéis fundamentais no 25 de Abril, referindo-se a Ramalho Eanes e Vasco Lourenço, para de seguida realçar que “somos, há 50 anos, donos do nosso próprio futuro”. Não deixou, no entanto, de alertar que “muitos são os que tentam fechar as portas de Abril”, pelo que “mais do que celebrar o passado, estamos convocados a pensar o futuro”.
António Tavares