PS questiona ministro sobre encerramento e redução de serviços da CGD
O Grupo Parlamentar do Partido Socialista (PS) questionou o ministro das Finanças sobre a redução de serviços bancários que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a prosseguir no Interior do País e ilhas, e salientou a função de coesão territorial desempenhada pelo banco público.
Os socialistas enviaram uma pergunta ao ministro Joaquim Miranda Sarmento, depois de notícias que revelam que a CGD está a transformar dezenas de agências em espaços mais pequenos e de menor oferta bancária, na qual sublinham que a CGD apresentou no ano passado “lucros históricos que ascenderam a 1.291 milhões de euros”.
Os socialistas defendem que “a CGD, enquanto banco público, cumpre também uma função social e territorial, pelo que a sua gestão não poderá deixar de considerar o seu interesse público, a salvaguarda de serviços essenciais às populações e a coesão territorial”.
A bancada do PS pediu ao ministro das Finanças para esclarecer se tem conhecimento desta decisão da CGD e se foi auscultado ou emitiu alguma opinião ou parecer sobre este assunto. Os socialistas perguntam ainda se as autarquias onde se pretende proceder ao encerramento ou redução dos serviços bancários foram envolvidas ou auscultadas.
O deputado do PS Nuno Fazenda, eleito pelo Circulo Eleitoral de Castelo Branco, sublinha que “esta decisão põe em causa a coesão territorial” e recorda os encerramentos ocorridos no período da troika e também “de outros serviços públicos, nomeadamente dos Correios. E agora, de facto, só faltava termos a redução e encerramento de serviços bancários do banco público. É por isso que estamos a questionar o senhor ministro das Finanças, tendo em conta que é quem tem essa responsabilidade política direta relativamente à CGD”.
Nuno Fazenda afirmou que esta decisão “pode acentuar e agravar o desequilíbrio territorial” do País e realçou que “75 por cento da população está no Litoral, 90 por cento da procura turística está no Litoral, 85 por cento da riqueza é produzida no Litoral e, portanto, se nós continuamos a encerrar serviços públicos e, neste caso, serviços bancários de natureza pública, é um acentuar do desequilíbrio territorial”.
Nuno Fazenda acrescentou que o Governo tem dado sinais preocupantes quer no seu programa, quer no Orçamento do Estado para 2025, que mostram que “o Interior não é uma prioridade”.