EM ARANHAS, PENAMACOR
Romarias de Penamacor são tema de palestra
A Cooperativa Pinacoteca e a Associação Raia Gerações, com o apoio da Junta de Freguesia de Aranhas, organizaram, dia 27 de outubro, na Junta de Freguesia de Aranhas, Concelho de Penamacor, uma palestra subordinada ao tema Romarias do Concelho de Penamacor e o Culto a Nossa Senhora, que teve como orador Francisco Abreu.
Na sessão foi recordado que até ao início do século XX, a Romaria de Nossa Senhora do Bom Sucesso era muito festejada pela população de Aranhas, que trabalhava nas terras e moinhos das margens da Ribeira da Bazágueda. Mais tarde, esta romaria dedicada a Nossa Senhora viria a passar para a tutela da Igreja e Confraria de Penamacor.
O Culto da Nossa Senhora, Virgem Maria, mãe de Jesus de Nazaré e mãe de Deus, é muito antigo, começou a fortalecer-se a partir dos Concílios de Niceia, em 325, e de Éfeso, em 431, A Virgem Maria passa a ser uma Divindade, considerada como Mãe de Deus feito Homem, bem como passa a ser cultuada a sua divina Assunção, para além da Santíssima Trindade.
Em Portugal, o culto a Nossa Senhora manifesta-se de forma exponencial desde a fundação do Reino, no século XII e prossegue com muita afirmação até ao século XXI, manifestando-se de várias formas. As Divindades da Virgem Maria são centenas, manifestadas amiúde com referências à Mãe-Natureza (ribeira, serra, lago, fontes, …), com localidades (Fátima, Marão, Gerês, um pouco por todo o Trás-Os-Montes e Norte e Centro do País…), sentimental (Lágrimas, Amparo, Boa Morte…); são 744 devoções a Nossa Senhora Virgem Maria. Portugal, além de Católico no sentimento religioso da maioria das suas gentes, é também uma nação Mariana, desde o século XVII.
Durante a palestra foram mostradas pinturas famosas do século XIV ao século XIX relacionados com a devoção à Virgem Maria e também diversos ex-votos, que são quadros com pintura naïf como manifestação de agradecimento por milagre realizado pela Virgem Nossa Senhora na sua expressão de Senhora da Póvoa, do Incenso e da Quebrada.
Desde o Paleolítico que existe uma adoração à mulher–mãe como deusa geradora da vida, que se manteve no Neolítico e no paganismo celta; com a supremacia do Cristianismo a partir do Édito de Milão, em 313, e com os imperadores de Roma Constantino I e Teodósio I, muitas divindades pagãs foram sacralizadas.
Foram destacadas as romarias do Concelho de Penamacor, nomeadamente a Nossa Senhora do Bom Sucesso; Senhora da Póvoa enquanto antiga romaria de Portugal, bem anterior ao culto iniciado em Fátima; Nossa Senhora do Incenso; e Nossa Senhora da Quebrada, assim como as festas populares no passado, nomeadamente no início do século XX, suas capelas e igrejas ao longo dos tempos.