LOCALIZADA NOS LENTISCAIS
Estação Náutica do Rio Ponsul avança
A Câmara de Castelo Branco apresentou, dia 19 de maio, no Posto de Turismo da cidade, um protocolo de parceria para a formalização e constituição da Estação Náutica do Rio Ponsul, que ficará localizada nos Lentiscais, Freguesia de Castelo Branco.
Esta ação surge do processo de submissão de uma candidatura, que está em fase de avaliação, ao PROVERE da Região Centro, designada Náutica de Interior no Centro de Portugal, liderado pela Comunidade Intermunicipal da Região Beiras e Serra da Estrela (CIMRBSE), enquanto líder de um consórcio composto por 28 entidades públicas e privadas, abrangendo 77 concelhos da NUTS II Região Centro.
No âmbito do Cluster do Mar Português, a Câmara de Castelo Branco, em parceria com um conjunto de parceiros aderentes, elaborou uma candidatura para a certificação da Estação Náutica do Rio Ponsul e aguarda a sua aprovação por parte do Fórum Oceano, associação para o desenvolvimento do Cluster do Mar em Portugal na área do turismo náutico. Por via de um processo de auscultação e concertação local, foi possível elaborar a proposta para a certificação, mediante uma estratégia de implementação.
Neste seguimento, foi estabelecido o protocolo de parceria para a formalização e constituição da Estação Náutica do Rio Ponsul, tendo como objetivo a sua promoção enquanto destino náutico de águas de Interior.
A Câmara de Castelo Branco é a entidade coordenadora do protocolo e, através da rede de parceiros, públicos e privados, onde se incluem operadores turísticos, associações, alojamentos, restaurantes e entidades, procura-se promover a oferta, criando experiências que permitirão reduzir a sazonalidade, prolongar o tempo médio de estadia e, consequentemente, fazer crescer a receita turística.
Susana Farinha, chefe da divisão de Desenvolvimento Económico, Inovação e Promoção Territorial da Câmara, e João Maltês, chefe da Unidade de Turismo da Câmara, explicaram as linhas gerais deste projeto, que está inserido numa das estratégias da autarquia que tenciona “pegar nas bacias de água e dar-lhes valor, através da oferta de um novo produto turístico na área náutica, que abrange amplas parcerias e irá captar diversos tipos de público”.
A formalização da Estação Náutica do Rio Ponsul tem como principais objetivos criar dinâmicas sustentáveis de exploração, valorização e preservação do meio natural e cultural do Concelho, ligadas à atividade náutica; contribuir para a dinamização económica do pequeno comércio; estruturar uma oferta turística integrada, alicerçada nos recursos naturais, culturais e patrimoniais; aproximar a população do Concelho ao Rio Ponsul e Rio Tejo; afirmar o turismo de Natureza; criar uma área vocacionada para a prática de desportos náuticos, turismo ativo e lazer; criar projetos e sinergias com as escolas e associações, assim como oportunidades de desporto adaptado; e incluir a vertente náutica no desporto escolar.
Além de requalificar e melhorar as infraestruturas já existentes, as instalações sanitárias e o Parque de Merendas, bem como a adaptação do cais para ser flexível mediante o caudal do rio, também se prevê construir novas infraestruturas, como um bar/restaurante; piscina flutuante; infraestruturas de apoio, como cais de atracação, rampas de acesso para embarcações, pontões flutuantes, locais de armazenamento de equipamento, áreas de estacionamento, vestiários; área de serviço para autocaravanas; carregadores para veículos elétricos; introdução de uma cadeira de rodas anfíbia, para a acessibilidade mobilidade reduzida.
Pretende-se viabilizar várias práticas desportivas e recreativas no local, nomeadamente passeios náuticos, canoagem/remo, pesca/pesca desportiva, stand up paddle, vela, windsurf e kayak, e complementar as atividades já existentes no local, como as rotas de birdwatching, percursos pedestres e rotas BTT.
O presidente da Câmara, Leopoldo Rodrigues, destacou que “Castelo Branco tem que se afirmar também na área do turismo e aumentar a oferta hoteleira”, contando, para isso, com a colaboração de “operadores privados que dinamizam o território e fazem acontecer. Da nossa parte, compete-nos dar as condições necessárias para que isso seja possível e que haja mais negócios”.
Para o autarca “o turismo de Natureza tem muitas potencialidades e temos que saber tirar proveito delas. Candidatámo-nos porque acreditamos no potencial deste espaço ímpar, de natural excelência, e estamos convictos que só temos a ganhar com a criação desta Estação Náutica”.
Em relação ao Cais dos Lentiscais, afirmou que “tem servido, essencialmente, como local de atracagem do barco que faz pequenos passeios naquele espaço”. Considerando as características locais, a fauna e flora existentes, a localização e a zona envolvente, “entendemos que o Cais Fluvial do Ponsul, e todo o espaço de rio que a ele está associado, pode e deve potenciar aquilo que é o desenvolvimento económico e a capacidade de promoção turística de Castelo Branco”.
António Correia, coordenador da Rede das Estações Náuticas de Portugal, participou via remota na apresentação e afirmou que “este processo é o início” e “um compromisso relativamente a investimentos futuros”. Informou que a Comissão de Avaliação fará uma visita ao território, onde terá “contacto com o Município e os parceiros, no sentido de perceber a dinâmica local e o seu desenvolvimento”. Em relação à apreciação da candidatura, acredita que “até ao final do mês pode haver novidades”.
Anabela Freitas, vice-presidente da Turismo do Centro de Portugal, referiu que “na Região Centro já há 14 estações náuticas certificadas” e, recentemente, foi realizado “um estudo que concluiu que 52 por cento dos turistas está disponível a alterar os seus destinos previstos para destinos mais autênticos, com mais contacto com a comunidade”, podendo aqui ser consideradas as estações náuticas localizadas no Interior. Terminou dizendo que as estações náuticas congregam três setores, que são a restauração, o alojamento e a animação turística, frisando que “as empresas envolventes e agregadoras destas áreas contribuem para os turistas ficarem mais tempo e permitirão captar mais receitas para o território”.