António Tavares
Editorial
Errar uma vez é normal, até porque só não erra quem nada faz. Errar uma segunda vez já não é normal. Então errar continuamente é, no mínimo, absurdo, para não usar outra adjetivação.
Infelizmente é isso que acontece em Castelo Branco. A prova disso aconteceu, novamente, há poucos dias, com uma série de iniciativas a sobreporem-se. O resultado é fácil de ver: ninguém pode estar em dois locais ao mesmo tempo, porque o poder da ubiquidade não existe, e, assim, há que fazer escolhas. Não é que fazer escolhas seja de menor importância, porque a vida é o que é, mas lá que era dispensável era. Para isso seria apenas suficiente olhar para o calendário e acertar agendas, até porque Castelo Branco não é uma metrópole.
Mas não, cada um olha para o seu quintal, que é como quem diz, para o seu umbigo, e não tem a menor dúvida que aquilo que está a promover é que é realmente importante, talvez até desconsiderando o que outros fazem.
Com tudo isto quem fica a perder é a cidade e os Albicastrenses, uma vez que iniciativas que poderiam ter uma participação significativa não a têm, porque o público fica dividido pelas várias atividades.
Pois é, de uma vez por todas é tempo de acabar com este olhar para o umbigo de forma bacoca e serôdia que não traz nenhuma vantagem, muito pelo contrário.