Edição nº 1903 - 9 de julho de 2025

Antonieta Garcia
SEMPRE NA PONTA DA LÍNGUA...

Um troca-tintas, assumido, confessa-se... para que se perceba como, em nome do sucesso, se tecem camisas de varas que assustam o Zé Povinho (que é ainda!) Zé Ninguém... Começam por escolher os comparsas e vão construindo e divulgando os gostos afins; falam de tudo e de nada, e qualquer ponderação que exija um número elevado de carateres... põem de lado, desligam, protestam com o coração nas mãos e salvam a ponta da língua. Exemplos?
Defendem alguns: nos tempos que correm, não há nada mais belo do que gostar do amarelo... Mas, se a maioria prefere o vermelho, o azul ou o verde, louve-se a cultura (ou a falta dela) ...Assim, granjeiam sorrisos, aceitações, cabeceios a anuir que sim, que sim, que sim... e, sabem, que a glória maior é sempre para mim.
Ocorrência ruim é raro que se intrometa...Todavia, um filósofo desencartado usa, na ponta da unha, uma superioridade de “faz-de-conta”; mascara e publica notícias úteis para a seleção de qualquer texto, versão matemática e com horário definido: 1,2,3... já não vale!
Os temas que lhes interessam? Exaltar o palavreado que acompanha a bazófia do branco puro e o arco-íris da LGBT, sigla que significa Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero e... desde a década de 1990, mudam, aumentam as identificações, as ideias continuam a valer.... Afinal, tantas cores janotas, catitas e belas...e dou cabo delas. Por alguma razão, não couberam / cabem na Arca de Noé. Li, não sei onde, que os problemas do mundo começaram, quando as zebras de listas pretas inventaram odiar as zebras de listas brancas. E agora, que sequência de listas privilegiamos? A línguas de trapos não custam a discordância ou a concórdia, no texto.
- Ó da Guarda! As revistas inquietam mulheres e homens partidários e militantes de atuais doutrinas variadas. Não se acham muitos caminhos para argumentar, trasladar, ilustrar...mudar. Especialistas, escoliastas, comentadores, comentaristas... não serão demais a posicionar-se ora na extrema-esquerda, ora na extrema-direita (o centro perdeu-se vá lá saber-se por onde) falam a torto e a direito, remexem palavras idosas misturadas com neologismos... Diferenças? Alguns falam de poleiro; outros favorecem falinhas mansas.
Agora, nos ventos voam ironias: elogios exigem-se e, felizes que nem um pato, escrevem-se e um mais amoroso e fervoroso, até chamou Pai ao outro. Um ,2, 3, já não vale, mostram a alegria da existência de camaradas tão bons, tão bons, mas tão bons, que não há canal televisivo que não repita à exaustão esta forma laudatória de falar, sem dizer nada.
Línguas de prata falam e não calam até que tu comentas, eles opinam, e neste fado enfadado, malfadado... ensinam partituras políticas musicais e encantam / encantam-se. Línguas de trapos perdem o trambelho, e temem perder o pio. Mentem com todos os dentes sobre guerras, prometem parar guerras, em 24 horas; sobe logo para 30 dias; para outra data posterior... O Chefe é arauto e seduz com toques de temor, os protagonistas de medos, de mentiras, de vaidades, de diferença. E somos tão iguais! Contaram-me: - “Deus criou três tipos de homem: um homem bastante queimado, o negro; um homem pouco queimado, o branco; um homem tostado ao ponto, o cigano.
Deus ofereceu diversas coisas a estas três criaturas; ao branco a chama, ao negro o arco e a flecha, o cigano bebeu uma grande taça de vinho e escolheu a liberdade.”
Que é das palavras velhas e relhas que também esperam, aguardam por nós? Pois! Na ponta da língua!!!

09/07/2025
 

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