Edição nº 1906 - 30 de julho de 2025

Fabulário Encantado

Na quinta-feira passada, no Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco (CCCCB), José Manuel Castanheira e Cristina Carvalho foram dois bons comunicadores, e evidentes comunicantes, na apresentação do livro Fabulário ou o pequeno circo do mundo, tendo Elsa Ligeiro ao leme da conversa que, por duas horas, prenderam um público interessado. De José Manuel Castanheira, criador multifacetado, já os nossos leitores o conhecem bem: professor, arquiteto, cenógrafo... e nesta circunstância apresentava-se na qualidade de artista plástico. Ponto de partida na conversa com Cristina Carvalho foram as vivências de infância na casa onde cresceu com uma mãe, Natália Nunes, escritora e tradutora, e um pai, Rómulo de Carvalho, que além de professor de Físico-Química, autor de livros científicos e manuais escolares usados por alunos liceais de várias gerações, foi também poeta, sob pseudónimo de António Gedeão, autor dos tão conhecidos poemas Pedra Filosofal e Lágrima de Preta, musicados por Manuel Freire e Adriano Correia de Oliveira. Cristina Carvalho, com vários livros traduzidos, tem uma obra que inclui o romance, romance biográfico, conto e literatura juvenil.
A conversa, na linha do livro, conduziu muitas vezes a uma viagem aos tempos de infância e juventude. E assim, do Portugal dos anos 60 e 70, foram oportunos os testemunhos de Francisco Fanhais, que terminou a cantar Utopia, uma canção de José Afonso, como forma de lembrar todos os que lutaram contra a ditadura e pela democracia.
Sobre o livro, escreve para a Gazeta do Interior, José Guardado Moreira que para além de poeta é também tradutor e crítico literário: “O livro Fabulário ou o pequeno Circo do Mundo, de Cristina Carvalho e José Manuel Castanheira, editado pela Guerra & Paz, não seguiu a norma convencionada de ser ilustrado a partir de um texto escrito, mas pelo contrário, as histórias foram concebidas a partir das sugestões dadas pelo traço e cores dos desenhos pintados, e que constituem uma verdadeira peça única e circense de arte pictórica, com a imaginação soltando personagens da superfície do papel uma outra esfera de realidade, a começar pelo insólito dos títulos surreais, ligando-se a toda uma tradição de histórias fantásticas, onde as premissas do sentido comum foram alegremente subvertidas, transportando o leitor para reinos oníricos e encantados, onde convivem animais fabulosos, e situações insólitas, mas não menos verdadeiras, num verdadeiro festim para os olhos do entendimento”.
José Guardado Moreira e João Carlos Antunes

30/07/2025
 

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