Edição nº 1907 - 6 de agosto de 2025

DIA 29 DE JULHO, NO CENTRO DE INTERPRETAÇÃO DO BORDADO DE CASTELO BRANCO
Câmara recebe placa da inscrição do Bordado no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial

A Câmara de Castelo Branco recebeu, dia 29 de julho, no Centro de Interpretação do Bordado de Castelo Branco, a placa de reconhecimento da inscrição do Bordado de Castelo Branco no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI).
Na ocasião, a chefe da Divisão de Cadastro, Inventário e Classificação do Património Cultural, Maria Antónia Amaral, entregou a placa ao presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, felicitando a autarquia pelo trabalho desenvolvido na salvaguarda e valorização do Bordado de Castelo Branco, e pela sua inscrição no INPCI, através do anúncio 51/2025 em Diário da República.
Maria Antónia Amaral destacou que o património é um “vetor determinante para enfrentar múltiplos desafios da sociedade contemporânea” e estabelece uma “relação intrínseca com a economia, o meio ambiente e a comunidade local, promove um sentimento coletivo de pertença e fortalece os laços comunitários”.
Por outro lado, falou sobre a história do Bordado, na época da realeza e da expansão portuguesa, com a exploração de tecidos e a inspiração decorativa e ornamental, frisando que “a herança intercultural testemunha os saberes locais e preserva práticas artesanais de geração em geração”.
A representante do Património Cultural sublinhou a importância de transmitir este legado às gerações vindouras, que “exige compromissos por parte das entidades, instituições, investigadores, decisores e sociedade em geral”.
A inscrição do Bordado de Castelo Branco no INPCI também tem em conta as ameaças e os riscos suscetíveis de comprometer a sua viabilidade futura, nomeadamente devido ao reduzido número de bordadeiras existente atualmente e à dificuldade na obtenção de matérias-primas de qualidade.
Maria Antónia Amaral sugere que o estudo do Património Cultural Imaterial seja incluído nos currículos escolares, considerando que “a participação de especialistas de diferentes áreas contribui para um conhecimento mais aprofundado e uma compreensão mais ampla da manifestação cultural”. Além disso, deve-se perpetuar “a transmissão de saber entre famílias e através de manifestações culturais, cruciais para manter o património vivo”.
Por seu lado, o presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, realçou a presença do Centro de Interpretação do Bordado de Castelo Branco na Zona Histórica da cidade, que considera ser “fundamental para a sua divulgação, pois constitui-se uma montra para aqueles que nos visitam, onde podem observar algumas peças e também ver as bordadeiras a trabalhar”.
Leopoldo Rodrigues afirmou que o Bordado de Castelo Branco “é um exemplo inspirador do envolvimento ativo de todos” e “é um fator de dinamização económica”, com as encomendas recebidas a nível nacional e a nível internacional, que sustentam a existência do Bordado, podendo os clientes fazer “uma escolha personalizada de cores e desenhos”, mas procurando sempre “manter a essência do Bordado para ser certificado”.
Numa perspetiva futura, Leopoldo Rodrigues acredita que a sobrevivência do Bordado também pode passar por “processos criativos e novas interpretações, com a possibilidade de ter artistas contemporâneos a trabalhar o Bordado de Castelo Branco”, como o caso da arquiteta e artista plástica Cristina Rodrigues, concluindo que “acredito que temos caminho para andar, pela dimensão da arte e no artesanato de luxo”.

06/08/2025
 

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