ANTIGO JORNALISTA, CHEFE DE REDAÇÃO E DIRETOR DO JORNAL DO FUNDÃO
Morte de Fernando Paulouro deixa jornalismo mais pobre
O jornalismo, no seu todo, mas em especial o regional, mais concretamente o do Distrito de Castelo Branco, ficou mais pobre, com a morte do jornalista Fernando Paulouro, esta segunda-feira, 6 de outubro, aos 78 anos.
Fernando Paulouro, que no passado domingo, 5 de outubro, apresentou o seu livro mais recente, As Sombras do Combatente, na Biblioteca Eugénio de Andrade, no Fundão, deixa um vazio físico no mundo do jornalismo, mas com a garantia que se manterá sempre presente para quem faz do jornalismo a sua forma de vida, assim como para os leitores.
Ao longo da sua longa carreira, Fernando Paulouro foi jornalista, chefe de redação e diretor do Jornal do Fundão e o seu trabalho foi reconhecido e distinguido, por exemplo, com o Prémio Gazeta de Mérito do Clube dos Jornalistas e o Prémio Eduardo Lourenço, do Centro de Estudos Ibéricos. As distinções vieram também, da sua cidade, o Fundão, ao ser-lhe atribuída a Medalha de Ouro da Cidade do Fundão.
Fernando Paulouro mais que jornalista era também um homem da cultura e nessa área deixou vários livros.
Mas mais que tudo isso era um gigante intelectual e na ética, bem como um Homem de uma grandeza excecional, o que faz que quem teve o privilégio de o conhecer e privar com ele se sinta honrado por isso.
Na perspetiva profissional do jornalismo, esta é a partida do mestre que dominava a arte da comunicação como poucos. O mestre com quem se estava sempre a aprender, porque fazer um trabalho ao lado de Fernando Paulouro, e foram alguns, era uma oportunidade única de crescer, com os conselhos, as dicas e as perspetivas que ajudam qualquer um a fazer melhor e, principalmente, bem. Fernando Paulouro tinha o dote de fazer que quem gosta de uma profissão exigente como é o jornalismo, goste ainda mais, como aconteceu com mais que uma geração de jornalistas.
Muito mais haveria para escrever sobre Fernando Paulouro, mas até para um jornalista, que faz das palavras o seu meio de transmitir informação, e muito mais, há momentos em que estas faltam ou não são suficientes.
Até sempre Fernando Paulouro, cá estaremos para honrar um legado de valor inestimável.
António Tavares