Edição nº 1917 - 22 de outubro de 2025

Elsa Ligeiro
O MELHOR QUE A TERRA DÁ – MERCADO EM ALCAINS

Há muitas formas de mostrar o amor à nossa Terra; e a ligação umbilical com o lugar onde nascemos é um dos mistérios insondáveis ainda por revelar.
Mais ainda para quem a achou pequena para a realização dos seus projetos e partiu; regressando anos mais tarde para lhe oferecer parte dos sonhos que realizou.
Quem cultiva a memória e a ela junta a responsabilidade social tem problemas acrescidos com a “sua terra”; em primeiro lugar porque a tem que partilhar com muitos outros em igualdade; e em segundo, porque se há um provérbio certeiro, esse é o: “Ninguém é profeta na sua terra”.
Mas não vamos dramatizar. A verdade é que a nossa terra nos deve acolher apenas como acolhe qualquer um outro vizinho; nascido ou que escolhe trabalhar e morar nela. Ponto.
Como qualquer outra terra nos acolhe se decidirmos partir do lugar onde nascemos.
As migrações estão na ordem do dia; e é difícil manter a tolerância e o diálogo com os conterrâneos que já não se lembram das histórias de família que envolvem algum avô, tio ou pai emigrante, económico ou político, que teve que dar o “salto”; quando o nosso país não era uma democracia e travava uma guerra colonial sangrenta.
O diálogo requer paciência e a elaboração de uma condescendência para quem insulta e vê num estrangeiro um inimigo, repetindo ideias feitas por políticos sem escrúpulos que manipulam as massas através do grito e do gracejo; dispostos a inventar uma nova ordem social, política e económica, desde que ele seja o chefe supremo.
Tal qual como há muitas décadas, numa Europa que nos pedia (e que também nos pede agora), novos valores e novos ideais, para uma sociedade em mudança como é o nosso mundo ocidental.
Com a sociedade portuguesa numa encruzilhada, dando parte do seu terreno fértil a quem deseja apenas poder para governar à sua maneira: à bruta e depois logo se vê. Sem nenhum pensamento construtivo de futuro, apenas aspirando aos escombros para melhor exercer o seu poder absoluto, como é próprio dos ditadores.
Mas o tema de hoje é o Mercado de Alcains; que foi requalificado em 2017; onde foram investidos seiscentos mil euros; e que passados 8 anos, continua com as mesmas funcionalidades de antes da requalificação. O que não se entende.
Em época de pós-eleições e dando o tempo da inércia como perdido; é ocasião perfeita para olhar as obras requalificadas como é o Mercado de Alcains, a Casa do Povo, o Jardim do Centro Cultural (de porta fechada na Av. Ramalho Eanes desde a sua inauguração, ou seja, há décadas); a criação de uma mobilidade em transportes públicos aos fins-de-semana e feriados que ainda não existe.
Por mim, continuo a fazer a minha parte em relação ao Mercado de Alcains, mesmo após ter sido enxovalhada por chamar a atenção que Mercado Municipal na fachada era um erro gramatical, se nada fazia prever a existência de um novo Município no Distrito.
Semanalmente, continuo a divulgar e a promover o Mercado de Alcains nas redes sociais, mesmo depois de me disponibilizar a pagar uma renda; alugando uma loja fechada no Mercado, e inseri-la num dos projetos que lidero: “Em Nome da Beira”; e a resposta tenha sido o silêncio profundo seguido de algum desprezo.
A verdade é que o projeto “Em Nome da Beira” não necessitava de alugar uma loja no Mercado de Alcains para existir; tratava-se apenas de dar um exemplo de colheita de rendimentos que podiam reverter para uma Freguesia que tem um orçamento minúsculo; se tivermos em conta os milhares de habitantes na Vila.
A ideia era apenas rentabilizar um ativo requalificado e central em Alcains.
Pareceu-me (ainda me parece) uma proposta de bom senso e uma prova de amor à terra onde nasci e quero viver.

22/10/2025
 

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