Edição nº 1923 - 3 de dezembro de 2025

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

QUANTOS DE NÓS NÃO VIVEMOS já a utopia de uma sociedade baseado no humanismo, com o ser humano no centro das preocupações e reflexões? Uma sociedade baseada na tolerância e no respeito, com rejeição de todas as formas de preconceito e racismo, promovendo a liberdade de crença e de expressão, onde o objetivo é o de viver em comunidade, ajudar o próximo e contribuir para o bem-estar da sociedade global. Enfim, uma sociedade que acredita no valor e na dignidade inerentes a cada pessoa, o que implica o respeito e a proteção incondicional dos direitos humanos para todos, sem exceção. Mas o mundo que acabei de descrever, na verdade é cada vez mais uma utopia.
A essência do mal chega a ultrapassar o horror da guerra, como sendo o mal que resulta da ação deliberada e intencional dos agentes humanos. A essência aqui é a vontade pervertida que escolhe causar dano ou sofrimento em vez de promover o bem. Exemplos incluem assassinato, crueldade e injustiça.
Tome-se o caso que tem chocado Itália e que os medias, um pouco por todo o Mundo, tem divulgado. Na sequência da denúncia de um jornalista, está em investigação a participação de cidadãos comuns (alguns já identificados), muito ricos e com profissões de prestígio, com ligações à extrema-direita, que fizeram “turismo de guerra”, em forma de safari humano, em Sarajevo, durante o conflito entre a Sérvia e a Bósnia (1992-95). Pagavam aos homens de Radovan Karadzic (condenado no Tribunal Penal Internacional por genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra) para os conduzirem às colinas que rodeiam Sarajevo de onde, como snipers atiravam a matar sobre cidadãos civis inocentes. Segundo o El País, ser sniper por um fim de semana em Sarajevo, custaria entre oitenta mil e cem mil euros. Disparar sobre crianças seria mais caro, disparar sobre idosos, tinha desconto.
Por estes dias, em Nova Iorque, declarou-se culpado do crime de que o acusavam, o líder de um grupo neonazi que recrutava seguidores, para praticar ataques violentos contra judeus, sem abrigos e minorias raciais. E tinha um plano, que consistia em vestir-se de Pai Natal e distribuir doces envenenados a crianças não-brancas e judaicas. Valeu que arregimentou para a operação, um presumível seguidor que não era mais que um agente infiltrado do FBI.
Em 25 de novembro, a Polícia Judiciária lançou uma operação de desmantelamento de uma organização criminosa, dedicada ao auxílio à imigração ilegal, tráfico de pessoas e exploração laboral, que operava na região de Beja. Foram detidas 17 pessoas, incluindo 10 militares da GNR, até com funções de chefia, e um agente da PSP. Exerciam o papel de capatazes, com controlo, vigilância e ameaças físicas aos trabalhadores imigrantes, explorados, quase escravizados e fragilizados, dando-lhes a entender que a denúncia às autoridades de nada lhes valeria. E quem julgávamos estar ao serviço da segurança e proteção da população, fazia isto em troca de benefícios económicos. Se tudo isto não é a essência do mal, a total ausência de humanismo, o que será então?

03/12/2025
 

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