Celeste Capelo
Swaps & companhia

A palavra swap, tem sido a mais utilizada nestes últimos tempos na imprensa escrita e falada e até nas conversas de café, provavelmente sem saberem muito bem o que quer dizer. Eu também não sou expert no assunto, mas consegui perceber alguma coisa, porque ouvi a audição que a Sra. Ministra das Finanças, Dra. Maria Luís Albuquerque, fez na comissão de inquérito na Assembleia da República, precisamente sobre o assunto das ou dos swaps. Nesta altura de férias o tempo dá para isso.
Devo dizer que, logo nesse dia, a explicação dessa operação financeira não me convenceu e pensei para com os meus botões… isto é brincar com o dinheiro, é como jogar na roleta russa… Mas como sou ignorante nesta matéria, e noutras também, continuei a acompanhar as notícias sobre os ou as tais swaps.
Neste período de férias, se os caros leitores bem se recordam, é habitual eu escrever algo mais brejeiro com algum sentido de humor, se é que consegui.
Relembro as minhas crónicas “Ai as Avós” em Agosto de 2008; “Vozes da Actualidade” em Agosto de 2009; “O Telefonema” em Agosto de 2011;).
Sinceramente, apetecia-me brincar com este nome (SWAP), que já entrou no nosso léxico, e vai certamente introduzir mais um novo vocábulo na língua portuguesa, como aconteceu com o “entroikar”, mas falta-me a inspiração, e já a minha avó dizia:
Não se brinca com coisas sérias!...
É que isto é mesmo muito sério… é o dinheiro de todos nós que anda nestas deambulações, que uns senhores Gestores Financeiros, Directores ou Presidentes de Instituições Bancárias e/ou Financeiras, e/ou de Institutos de Gestão, de tudo e mais metade, de organismos, e são tantos… que nem sabemos o que fazem nem para que servem.
Pois todos estes nomes vieram a público nestes últimos dias, e continuam a vir, porque os jornalistas descobrem que este e aquele governante, também venderam ou compraram swaps. Sabemos também, que estas operações serviram para camuflar défice, isto é, e para falar com clareza, para nos enganarem, ou enganarem-se a si próprios, mas enganaram, isso sim, o País.
Diz o ditado popular que: “Tão ladrão é o que vai à vinha, como aquele que fica à porta”.
Não se trata obviamente de roubo, mas de algum engenho para encobrir a realidade, isso é de certeza, e as notícias vêm confirmar isso mesmo. Confirmo mais uma vez que temos vivido uma realidade financeira virtual, e mais afirmo que, os economistas não precisam de saber fazer contas. Antes precisam de engenheiros, e o nome já é habitual, que saibam de Engenharia Financeira.
Encontro com muita frequência, o que me dá muita alegria, aquele que foi meu Professor de Matemática, e grande Professor, o Senhor Dr. Rijo. Falamos e apetece-me dizer-lhe: Porquê Senhor Dr., tanta insistência naquelas equações, sistemas, potências, logaritmos, raízes quadradas, problemas, o X em evidência, e a incógnita do Y, etc.etc.?
Porquê? Se hoje 2+2 já não são 4?
A minha geração foi educada a não gastar aquilo que não tinha, isto é: se ganhava 100 só podia gastar 90. Os restantes 10 eram para uma emergência que pudesse ocorrer, ou para ir fazendo um “pé de meia”. Está ultrapassada esta teoria? Pois que esteja, mas é uma teoria segura, enquanto que a actual, ou melhor dizendo, aquela que foi difundida, apregoada e até insistentemente oferecida, está a dar os resultados que estão à vista: desemprego, casas entregues aos Bancos, cortes nas pensões, limitações na saúde, educação etc.etc.
É que governar um País não é muito diferente do que governar uma casa!... Os princípios são os mesmos. Aprendam a matemática real…, mas os resultados nos exames de matemática são calamitosos!...
Um bocadinho de humor sádico: …Será que estes economistas também chumbaram a matemática?