PS OBTÉM VITÓRIA EXPRESIVA EM CASTELO BRANCO COM LUÍS CORREIA
“Conto com o apoio dos albicastrenses”
Luís Correia é o novo presidente da Câmara de Castelo Branco ao vencer no domingo, as eleições Autárquicas com uns expressivos 61,87 por cento dos votos.
Na hora de comemorar mais esta vitória socialista em Castelo Branco, o sucessor de Joaquim Morão, não escondeu a sua satisfação perante os muitos socialistas e simpatizantes que quiseram comparecer para saudar a sua eleição.
Inicialmente prevista uma concentração em frente à Câmara, esta acabou por ser transferida para o restaurante Kalifa, devido à chuva que se fazia sentir na cidade.
Depois de ter sido recebido em apoteose, Luís Correia disse que esta vitória demonstra “o apoio expressivo da população que muito nos satisfaz e esperamos continuar no futuro a ter este apoio, também para o trabalho que é preciso fazer em prol do desenvolvimento de Castelo Branco”.
Por outro lado, o novo presidente da Câmara sublinhou que esta foi uma vitória para a qual lutámos e que demonstra que as pessoas continuam a acreditar em nós e a ter confiança no futuro deste projeto autárquico em Castelo Branco”.
Apesar da vitória, Luís Correia fez questão de sublinhar que a partir de agora é necessário trabalhar com afinco em prol do desenvolvimento do Concelho e acrescentou que para isso “conto com o apoio de todos os albicastrenses e de todas as forças políticas”, deixando bem claro que conta com todos, mesmo com os seus adversários políticos mais diretos.
Recorde-se que Luís Correia obteve sete mandatos, contra dois do PSD, cujo candidato, Paulo Moradias obteve 20 por cento dos votos. No que respeita aos mandatos alcançados pelos socialistas, além de Luís Correia, a vereação vai integrar Arnaldo Brás, Maria José Baptista, João Carvalhinho, Fernando Raposo, Maria Teresa Martins e Jorge Pio.
Por seu turno, o presidente da Federação Distrital de Castelo Branco do PS, realçou o “excelente resultado que o partido obteve em Castelo Branco”.
Joaquim Morão disse que os eleitos do PS continuaram a merecer a aceitação dos eleitores de Castelo Branco para continuar a governar a Câmara. “Sabíamos o trabalho que tínhamos feito, também sabíamos que tínhamos encontrado boas alternativas para continuar a governar Castelo Branco e merecemos de facto a aceitação dos eleitores. É uma honra para nós”, disse Morão, acrescentando que os albicastrenses podem estar seguros de que “os nossos eleitos irão continuar a fazer um trabalho árduo para resolver os problemas do Concelho”.
Paulo Moradias garante
que vai ser “incómodo”
O candidato do Partido Social Democrata (PSD) à Câmara de Castelo Branco, Paulo Moradias, perante os resultados eleitorais afirma que “o balanço, para o que me propus, não é positivo, porque o que me propus, desde início, foi vencer as eleições” e admite que “obviamente o resultado está muito longe disso”.
Paulo Moradias destaca que com dois mandatos, que são o dele e o de João Paulo Benquerença, “dobramos o número de vereadores, mas queria era quintuplicar”, para realçar que um aspeto positivo foi que o PSD conquistou uma freguesia, Tinalhas, que “era algo que não tínhamos há muito tempo”, acrescentando que “estivemos perto de ganhar em mais quatro”.
Perante estes números afirma que os social democratas registaram uma “subida global no Concelho de Castelo Branco”.
Questionado se vai assumir o cargo de vereador, assegura que sim, para “defender o projeto, o conjunto de ideias que lançamos para esta campanha”.
Paulo Moradias assume que “não será fácil aprovar projetos nossos dentro da vereação”, mas garante que “seremos incómodos, como não o temos sido nos últimos mandatos”.
Acrescenta que “a população desconhece o que está mal na autarquia” e avança que “nós seremos uma voz para transmitir isso cá para fora”.
Confrontado com a possibilidade de voltar a concorrer dentro de quatro anos, dando continuidade ao projeto agora iniciado, afirma que “não posso dizer se serei candidato”, mas defende “um posicionamento diferente do que tem sido feito nos últimos anos” e, por isso, “vamos começar a trabalhar já amanhã, para daqui a quatro anos”, porque “se o trabalho for feito a quatro anos de distância, aí sim, o resultado será completamente diferente”.
O presidente da Concelhia laranja, João Paulo Benquerença, garante que também vai assumir o cargo e afirma que “hoje é o primeiro dia dos próximos quatro anos. Esta equipa está disponível para continuar a trabalhar nestes quatro anos, de uma forma mais agressiva, diferente do que foram os últimos quatro anos”. Motivos que o levam a defender que “daqui a quatro anos iremos vencer a Câmara, porque temos quatro anos para mostrar aos albicastrenses aquilo que queremos fazer”.
João Paulo Benquerença avança que “obviamente que o PSD não alcançou os resultados que queria”, mas destaca que “ganhamos uma freguesia, em quatro estivemos quase a ganhar e subimos bastante”.
Pelo meio aproveita para “dar os parabéns a quem ganhou as eleições”, mas alerta que “ainda há quem acredite que Joaquim Morão está por trás e conseguirá de alguma forma ajudar Castelo Branco”, para concluir que “a nossa opinião é inversa e, por isso, Castelo Branco saiu a perder”.
CDU passa a terceira
força política
João Pedro Delgado, o candidato da Coligação Democrática Unitária (CDU) à Câmara de Castelo Branco, afirma que o resultado obtido pela CDU, foi uma “evolução que nós esperávamos” e acrescenta que depois destas eleições, a CDU “tem razões para ter esperança que no futuro as coisas possam mudar”.
No entanto, João Pedro Delgado acaba também por afirmar que apesar do resultado alcançado, em que a coligação passa de quinta para a terceira força política em Castelo Branco, “existe um certo amargo de boca, por não ter conseguido eleger um segundo elemento para a Assembleia Municipal”.
Os resultados obtidos em Lardosa e em Malpica do Tejo, onde a CDU ficou mesmo à frente do PSD, deixam João Pedro Delgado extremamente satisfeito e confiante no futuro da coligação.
Ana Camilo não está
descontente com o resultado
Ana Camilo, a candidata do CDS/PP, garante que “não estou descontente com o resultado, até atendendo à média nacional do CDS/PP e ao facto de ser um dos partidos que apoia o Governo”. Aponta ainda o dedo à abstenção e aos votos em branco, que tiveram percentagens “demasiado elevadas”.
Acrescenta que “não fizemos um mau trabalho” e avança que “concorremos a cinco freguesias enquanto em 2009 o tínhamos feito a duas”, bem como que “mantivemos um deputado na Assembleia Municipal e outro na Assembleia de Freguesia”, frisando que o objetivo era “crescer e segurar o eleitorado”.
Ana Camilo deseja ainda “felicidades” a Luís Correia, pela “vitória expressiva”.
Filipe Lourenço assume
“defraudar de expetativas”
Filipe Lourenço, o candidato do Bloco de Esquerda (BE) à Câmara de Castelo Branco, numa análise feita ainda a quente, sublinha que no resultado obtido para a Câmara, “em termos de percentagem, não baixamos muito do resultado obtido nas anteriores Autárquicas”.
No entanto, sublinha que as expetativas do BE “eram de subir e não de manter os níveis de votação. Neste campo saí defraudado”, refere.
Contudo, Filipe Lourenço, que faz questão de sublinhar que esta leitura dos resultados é sua, uma vez que o BE vai reunir no final da semana para analisar os resultados eleitorais, afirma que houve vários fatores que poderão ter estado na origem da votação obtida, desde logo a emigração que se tem feito sentir, não só a nível local, como nacional, de pessoas que se encontram na faixa etária entre os 30 e os 40 anos e que à partida seriam um potencial eleitorado do BE.
Filipe Lourenço diz taxativamente que “assume pessoalmente que há um defraudar de expetativas e uma espécie de derrota”.