Dias Rocha volta à presidência da Câmara de Belmonte
“Não podemos ficar surdos ao grito do povo”
António Dias Rocha voltou à presidência da Câmara de Belmonte. A tomada de posse decorreu domingo, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
“É um prazer estar de regresso. Não regresso a Belmonte, Concelho que nunca abandonei. Mas de regresso a esta casa, à responsabilidade de trabalhar em nome de uma terra e de um povo que, de novo, me deu a sua confiança”.
O novo presidente da Câmara de Belmonte disse, durante o discurso de tomada de posse, que ser presidente de câmara não é uma profissão. “Profissionalmente sou e serei sempre médico. Ser presidente de câmara é uma missão que muito me honra”.
O autarca entende a vitória obtida a 29 de setembro, onde conseguiu uma maioria categórica, como “um grito do povo. Um grito contra as injustiças sociais que se vivem, contra o desemprego que cresce, contra a migração dos jovens, contra as famílias endividadas. Um grito contra a esperança perdida”.
Dias Rocha sublinha que “não podemos ficar surdos ao grito de um povo” e acrescenta que os próximos quatro anos serão um teste “à nossa capacidade de desenvolver pujança económica e social neste concelho”.
Tendo bem presente que não são tempos fáceis os que se vivem, o autarca questiona-se então de qual será o papel de um presidente de câmara nesta conjuntura difícil e o que poderá ele fazer perante um regime centralista “em que tudo depende de Lisboa”.
Segundo Dias Rocha, pode fazer duas coisas: Passar quatro anos a lamentar-se e a arranjar desculpas ou, por outro lado, arregaçar as mangas, planear, executar, apresentar trabalho. “Eu escolho a segunda opção. No meio desta crise, escolho ouvir as pessoas, acreditar, trabalhar, agarrar projetos, envolver as câmaras vizinhas, bater às portas do Governo, atrair investimentos privados. Agora, desistir de lutar, nunca”, disse o autarca.
O presidente da Câmara de Belmonte referiu ainda que os sonhos das pessoas são simples. “Não querem ser enganados com promessas de grandes obras. Deixaram isso bem claro. Querem apenas, dignidade. E a dignidade de um homem passa por poder trabalhar, sustentar a família com honestidade, poder dar um futuro promissor aos seus filhos, ser respeitado na velhice. Por isso eu prometi que as pessoas seriam o meu projeto, a minha obra megalómana”, sublinhou.
Dias Rocha recorda que não há futuro em terras desertas ou em terras sem pessoas e acrescenta que o Concelho de Belmonte perdeu mil pessoas nos últimos 10 anos.
Em relação às obras, o autarca sublinha que se não prometeu obras, não foi por falta de empenhamento ou de ambição. “Quero deixar um traço de modernidade em Belmonte. Vamos ter obra, sim. E garanto-lhes que se não puder fazer grandes obras, farei pequenas obras com grandeza”.