O Primeiro Ministro, Pedro Passos Coelho, acompanhado pelo ministro e pelo secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social, Pedro Mota Soares e Marco António Costa, respetivamente, deslocou-se segunda-feira à Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Castelo Branco, para inaugurar o novo lar que vai acolher jovens e adultos portadores de deficiência profunda.
Uma visita em que Passos Coelho elogiou o papel desempenhado por esta instituição albicastrense, bem como pela sua presidente, Maria de Lurdes Pombo.
De resto, o Primeiro Ministro centrou o seu discurso na importância da relação do Governo com as instituições particulares de solidariedade social (IPSS), ao destacar “a cultura de diálogo, de parceria entre as IPSS e o Governo”, não esquecendo “as autarquias locais”, para realçar que o Estado “tem apoiado estas instituições”, não deixando de sublinhar que “elas representam um progresso significativo na resposta social, para resolver problemas que são de todos”.
Realça que “o País viu nascer uma rede nacional de instituições que servem valores que são fundamentais”, bem como se refere “a problemas que não podem ser lidados sem ser com uma grande união de esforços, de profissionalismo” e afirma que “se não fosse esta rede de gente como Maria de Lurdes Pombo, não era possível que o emprego qualificado tivesse crescido em torno de pessoas que necessitam da nossa atenção”.
Assim, defende que “há que dar condições, para que estas instituições possam fazer o seu trabalho, com grande profissionalismo”, chamando a atenção que “o dinheiro não dá para tudo e não estica, em tempos que as restrições são muitas”.
Por isso, também considera que estas visitas “são importantes”, até porque “dão visibilidade a esta rede nacional que satisfaz necessidades muito im- portantes, numa sociedade que se quer desenvolvida, como a nossa”.
Já com a situação do País no centro das atenções, o Primeiro Ministro avança que “ninguém deseja viver tanto tempo nestas dificuldades”, porque “é um processo doloroso e difícil para todos os portugueses, porque não houve ninguém que escapasse”, adiantando que “se for possível chegar a maio, junho de 2014 e fechar o programa de assistência é isso que será feito, porque não queremos prolongar estas dificuldades”.
Alerta que “precisamos de um grande clima de união, para ultrapassar estas dificuldades e reencontrar o caminho do desenvolvimento”.
Isto ao mesmo tempo que defende que “precisamos de democratizar a nossa economia e todas as pessoas terem a oportunidade igual de progredir”, concluindo que “na primeira linha estão estas instituições, que conseguem ser um fator de dinamização da economia local e, nessa medida, uma âncora para o nosso crescimento futuro”.

Instituição está
a celebrar 40 anos
Na receção a Passos Coelho, o presidente da Câmara de Castelo Branco, Joaquim Morão, fez questão de referir que “está numa grande instituição, que tem boas instalações e presta serviços às pessoas”, para assegurar que “todo o apoio dado a instituições como esta é um bem para o País”.
Joaquim Morão sublinhou igualmente que “a Câmara não tem um serviço social. O nosso serviço social são as instituições particulares de solidariedade social com quem colaboramos”, para reafirmar que “todo o apoio dado a estas instituições é justo e rentável, porque é para resolvermos os problemas das pessoas”.
Antes de Joaquim Morão, a presidente da APPACDM de Castelo Branco, Maria de Lurdes Pombo, fez uma apresentação da instituição, começando por recordar que foi criada em 1973, pelo que está atualmente o cumprir o 40º aniversário.
Passadas quatro décadas afirma que a APPACDM de Castelo Branco conta com 442 clientes e 167 colaboradores, distribuídos “pela sede, por esta quinta e pela Sertã”.
Quanto ao novo lar residencial para jovens e adultos portadores de deficiência profunda, Maria de Lurdes Pombo, avança que assim o número de camas disponibilizadas pela Associação aumenta para 145.
Acrescentou ainda que com o novo lar, que implicou um investimento de um milhão e 52 mil euros, sendo 551 mil euros oriundos do Plano Operacional de Potencial Humano (POPH), também “serão criados 12 postos de trabalho, ou mais”.



Manifestantes apupam Passos Coelho

Na chegada à APPACDM de Castelo Branco, Passos Coelho tinha à sua espera uma manifestação, que foi mantida à distância. O acesso à APPACDM foi cortado junto à Escola Tecnológica e Profissional Albicastrense (ETEPA), com os manifestantes limitados por barreira de grades e vigiados por elementos da PSP. Facto que, no entanto, não os impediu de apupar e dirigir diversos insultos ao Primeiro Ministro, que o mais perto que esteve foi a várias dezenas de metros. Mesmo assim, os manifestantes mantiveram-se firmes até à saída de Passos Coelho da APPACDM, havendo inclusive um, isolado, que se fez ouvir melhor, ao escolher como local de protesto o gradeamento da Quinta, junto à variante que passa pela traseira da estação da CP.

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