12 fevereiro 2014

Celeste Capelo
As Praxes académicas, o “eu” e a liberdade

Este é o título de um artigo publicado em 4 de Fevereiro no Boletim Salesiano e da autoria de Isilda Pegado.
Como certamente os leitores da Gazeta do Interior não terão acesso a esta publicação entendi, partilhá-la convosco, sendo que esta é a minha maneira de me dirigir a vós, como podereis constatar ao longo dos anos de colaboração neste jornal. Várias vezes o faço quando escrevo: … “quero partilhar com o caro leitor”…
Hoje quero partilhar convosco este artigo que transmite todas as ideias que tenho sobre este assunto. Foi escrito com maior sageza por quem tem uma formação profundamente humanista aliada à sua inquestionável competência jurídica.
Escreve Isilda Pegado e cito:
1 –  Nos últimos dias o País confrontou-se com violências várias que, em diferentes Universidades, vão proliferando, a coberto de eventuais praxes académicas. Causticamente, apetece-nos dizer: - sinais dos tempos! - Paciência! É evidente que não o aceitamos, antes pelo contrário, entendemos que esta é mais uma das manifestações de vida em sociedade (agora no meio académico) onde se pretende anular o “eu”, cada “eu” que está em formação, e onde a liberdade é só para alguns. Aliás, é sintomático que no início de uma formação académica, estruturante e determinante na personalidade de cada cidadão que por ali passa, se pensa em submeter rapazes e raparigas a práticas que “anulam” o indivíduo.
Dizem-nos que é “preparação para a vida”. Será a vida a nulidade do “eu”? Hoje a Universidade prepara para a obediência e submissão a práticas desumanas? Para a obediência cega? Que interesses obscuros estão por detrás desta forma de pensar? Nenhuns ou todos?
2 –  As praxes chocam-nos, mas esta é a mentalidade de muitas das orientações sociais, que nos últimos anos nos têm sido vendidas. Tudo a troco de uma “liberdade”. Eu faço o que quero do meu corpo. Só se submete à praxe quem quer… Só faz aborto quem quer… Mudo de sexo consoante a minha vontade e orientação…
Mas uma miúda de 18 anos tem de decidir se quer ser praxada ou não? Uma mulher grávida tem de decidir se quer eliminar o seu filho? Um rapaz com problemas do foro psíquico tem de escolher o seu sexo?
O “código e a denominada comissão da praxe” dizem o que é permitido, e estabelecem orientações que integram os actos (irresponsáveis) de quem os executa. Também assim, por exemplo, a “nova lei do divórcio” permite abandonar uma família, sem que isso traga responsabilidade a quem o faz.
3 –  A mentalidade do individualismo (selvagem) entrou na nossa sociedade. “Faço o que quero”. À excepção das áreas económicas, em que os titulares do crédito estão armados de todas as defesas, no resto, temos a ilusão de que tudo depende da decisão de cada um. Há como que um “ optimismo” em que nos embalamos e que nos leva à mais terrível das escravidões – a nulidade do eu.
O miúdo que se submete à praxe é escravo dos tontos que estão à sua frente. A mulher que faz um aborto é escrava do patrão, do companheiro ou até da sua própria ilusão. O indivíduo que se divorcia “porque não dá” é escravo dos seus próprios instintos. A pessoa que muda de sexo é escravo da moda, da lei, e das suas próprias fragilidades.
4 –  Tudo isto não acontece por acaso… A educação de um rapaz ou de uma rapariga faz-se de muitas formas e a partir de muitas influências. A escola tem um papel determinante. O tipo de textos que nas aulas de Português, de Inglês ou de Filosofia se leccionam, são inofensivos ou não? E é tão rápida a formação do adulto! Não há tempo para experiências. As engenharias sociais deram sempre mau resultado, são tempos negros da história.
5 –  Há uma espécie de “vício do irrealismo” que parte do desejo de riscar a realidade, que anula a razão, o razoável, e cria um conjunto de ilusões complacentes. É uma espécie de “optimismo” como o que animou os soviéticos que acreditavam ter posto a espécie humana no caminho da solução dos problemas dos homens, destruindo todas as instituições sociais (Família, Igreja, escola livre, etc.). Tal “máquina” funcionou durante 70 anos (com a morte de mais de 60 milhões de pessoas) e foi a devastação subsequente que já conhecemos.
A característica que distingue o Homem de todos os outros seres é, de facto, a Liberdade. É o nosso mais precioso bem. Cuidar da liberdade dos homens é também uma tarefa da sociedade e do Estado. Não podemos admitir cidadãos escravos. A lei é fonte de liberdade ou de escravidão. Tudo depende de cada “eu” a que se destina.

12/02/2014
 

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