16 abril 2014

Para alimentar fábrica
Celtejo importou madeira por falta de matéria-prima nacional

O diretor fabril da Celtejo, fábrica de pasta de papel da Altri, em Vila Velha de Ródão, disse que esteve a importar madeira no primeiro trimestre de 2014, porque não havia matéria-prima suficiente para alimentar a fábrica.
“Nós importamos entre janeiro e março deste ano, aparas de madeira do Uruguai e do Chile porque não tínhamos matéria-prima suficiente para alimentar a fábrica”, referiu o diretor fabril da empresa.
Carlos Coelho, que falava aos jornalistas à margem de um seminário sobre segurança no trabalho promovido pela empresa na passada quinta-feira, explicou que esta situação teve um impacto significativo nas contas da empresa.
“Estamos a falar de cerca de 50 mil toneladas, ou seja, de um mês de produção. São muitos milhares de euros que ficam fora do país, quando deviam ficar cá dentro”, adiantou.
Para este ano, um dos objetivos da Celtejo passa por dinamizar, apostar e sensibilizar os produtores florestais da região para “apostarem na produção de matéria-prima, nomeadamente eucalipto”, referiu Carlos Coelho.
 “Entre ter um baldio e deixar de ter esse baldio e ter uma zona com eucaliptos, acho que é bom para todos ter os eucaliptos e é um produto que é rentável. A empresa compra os eucaliptos e temos uma política de pagamentos de matéria-prima quase on-line”, adiantou.
Nos próximos tempos, o diretor fabril da Celtejo diz que não vai ser necessário importar mais matéria-prima, uma vez que o fluxo de viaturas à fábrica, “neste momento é enorme”.
Carlos Coelho sublinha ainda que o eucalipto “é o petróleo português”, visto tratar-se de um produto natural que cria riqueza ao país.
O problema passa apenas pela quantidade, uma vez que o eucalipto português “é dos melhores do mundo e aquele que permite fazer uma pasta e um papel com melhor qualidade”, explica o responsável da Celtejo.
“Já temos esse dom sem ter que trabalhar para ele. Resulta da qualidade da espécie, do clima e do sol. São estes os três factores fundamentais para o desenvolvimento da matéria-prima”, disse. Em 2013, a Celtejo produziu cerca de 217 mil toneladas de pasta de eucalipto, cerca de mais 30 mil do que no ano anterior.
Para 2014, Carlos Coelho estima uma produção de cerca de 230 mil toneladas, um número recorde”.
A Celtejo exporta 93% da sua produção para o mercado ibérico e do norte da Europa, sendo o restante absorvido pela empresa AMS-Goma Camps, parceira da Celtejo e que está instalada a escassa distância da Celtejo.

16/04/2014
 

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