26 fevereiro 2014

Secretário de Estado do Ensino Superior visita Politécnico e participa em debate
“O Ensino Superior no Interior não é um peso para o País”

Ensino superior interior 01.jpg“O Ensino Superior no Interior não é, definitivamente, um peso económico para o País. Será que são estes 16 por cento que estão a mais na reforma da rede do Ensino Superior? Não acredito que isso possa ser opção para alguém”, disse o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos (CCISP), Joaquim Mourato, no encontro Que política(s) para o Ensino Superior no Interior do País.

Promovido pelo Sindicato Nacional do Ensino Superior, no Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), o encontro contou também com a participação do secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes, que garantiu não haver “intenção de mexer” no “sistema de acesso” e lembrou que as instituições do Litoral são as preferidas dos candidatos.
Joaquim Mourato explicou que as instituições de Ensino Superior do Interior têm apenas 17 por cento do total das vagas de acesso, enquanto “Lisboa e Porto têm 50 por cento de toda a oferta formativa”.
“Não podemos ser igual opção no Interior, quando não há em Portalegre, por exemplo, oferta de um curso de Medicina, um dos mais procurados”.
O presidente do CCISP referiu ainda que estudos que se baseiam apenas em aspetos económicos “dirão certamente que será mais interessante encerrar aqui no Interior, as instituições e levar tudo para o Litoral. A ser assim, rapidamente passaremos do despovoamento para a desertificação”, concluiu.
Joaquim Mourato respondeu com estes dados ao secretário de Estado do Ensino Superior que, momentos antes, em relação à hipotética redução do número de vagas em Lisboa e Porto, afirmou que, “apesar de tudo, estamos numa democracia e a maioria dos candidatos opta como primeira opção pelas instituições do Litoral”.
“A diminuição do número de vagas no Litoral é politicamente difícil, porque vamos contra a vontade do povo. Creio que não é uma solução eficaz a longo prazo”, disse o governante na sua intervenção.
José Ferreira Gomes sublinhou ainda que a solução não passa por “empurrar” candidatos do Litoral para o Interior.
“O ponto de partida deve ser baseado no facto de valer a pena optar por uma instituição de Ensino Superior do Interior. Deve haver essa capacidade de atrair os alunos”.
O governante explicou também que, neste momento, “não há qualquer intenção de mexer” no “sistema de admissão” ao Ensino Superior.

Politécnicos devem
coordenar formação
José Ferreira Gomes explicou ainda que está “a pedir aos politécnicos para assumirem uma função de coordenação das formações profissionais desde o Secundário até às empresas, passando pela formação que é feita nos próprios politécnicos”.
O governante sublinhou que nos últimos anos “tem-se desenvolvido grandemente a competência das escolas secundárias para a formação profissional”, uma situação que tinha sido “abandonada há muitos anos” e que lentamente se está a retomar.
“Agora, estamos a pedir aos politécnicos para fecharem essa malha entre as escolas e a formação profissional”, disse.
José Ferreira Gomes referiu também que em relação aos cursos com uma duração de dois anos “houve alguma reação na sua apresentação” dos politécnicos que não se mostraram muito recetivos.
O governante sublinhou, no entanto, que esses cursos estão focados numa saída profissional, mas que permitem também a continuação de estudos.
José Ferreira Gomes visitou ainda o Politécnico, a última instituição de Ensino Superior onde esteve depois de um périplo por todo o País.

Maior equidade
precisa-se
O presidente do Politécnico recordou, durante o debate, que no presente ano letivo de 2013-2014, 53 por cento das vagas colocadas a concurso estavam concentradas nos grandes centros urbanos como Lisboa, Porto e Coimbra.
Carlos Maia disse mesmo que há “uma discrepância muito grande entre o Litoral e o Interior” e entende que é necessário “haver uma maior equidade”.
Presente no debate, esteve também o vice-presidente da Câmara de Castelo Branco.
Arnaldo Brás mostrou-se “apreensivo” com a situação atual do Ensino Superior no País e sublinhou a sua preocupação, concretamente com o Politécnico, cuja importância na Região foi realçada pelo autarca.
“Espero que o Governo mantenha a qualidade do Ensino Superior que temos”, referiu o vice-presidente do município.
A terminar, Arnaldo Brás aproveitou a ocasião para referir a necessidade de políticas de discriminação positiva para as regiões do Interior do País, não só ao nível do ensino, como também da saúde ou da economia.

Carlos Castela

26/02/2014
 

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