26 março 2014

Castelo Branco comemorou 243 anos de elevação a cidade
“Faremos o caminho com os pés na terra e os olhos no futuro”

O presidente da Câmara de Castelo Branco afirmou quinta-feira, durante a sessão solene comemorativa do Dia da Cidade, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, que “o País vive uma crise generalizada” e as autarquias “vivem tempos pouco animadores”, nomeadamente, por serem confrontadas “com aumento de competências e diminuição das verbas transferidas pela Administração Central”.
Luís Correia sublinhou que a acrescentar a tudo isto, o próximo Quadro de Fundos Comunitários, “parece ameaçar também as câmaras municipais”, isto apesar de recordar que ainda se encontra em fase de avaliação e de discussão.
Contudo, o autarca deixou transparecer algum pessimismo quando referiu que apesar de terem sido determinantes para o poder local, “estão atrasados e quando chegarem não serão, com toda a certeza, canalizados na mesma proporção para as autarquias”.
É que daquilo que vai sendo conhecido sobre este assunto, o Quadro de Fundos Comunitários “diminuirá as verbas destinadas a projetos autárquicos” o que segundo o autarca, irá obrigar os municípios “a continuar a fazer o mesmo pela comunidade, mas cada vez com menos dinheiro”.
Mas, o dia era de festa e Luís Correia sublinhou que “realisticamente”, todos os dias os albicastrenses têm motivos para se orgulhar do Concelho sobretudo, “especialmente dos últimos anos, foi conquistado para nos colocarmos onde estamos hoje”.
O presidente da Câmara de Castelo Branco recordou que nos últimos anos, o Concelho tem sido distinguido, não só pela qualidade e eficiência da gestão financeira, mas também com prémios e distinções, que classificam a cidade como uma das melhores do País ao nível da qualidade de vida. “Não somos de mediatismos, nem de imediatismos. A nossa será uma revolução tranquila”, disse o presidente, que su- blinhou ainda que a aposta do executivo está centrada na economia, no reforço das empresas, na captação de investimentos e na criação de mais emprego.
“Vamos continuar a apostar na inovação e na excelência, nomeadamente ao nível do agroindustrial e no apoio a serviços e entidades fulcrais, seja a Unidade Local de Saúde, o Instituto Politécnico ou instituições de apoio e integração social”.
Luís Correia disse que a noção da realidade e o sentimento de responsabilidade o impedem “de fazer qualquer tipo de discurso demagógico ou de assumir qualquer tipo de promessa fácil”.
Enquanto presidente da Câmara de Castelo Branco e capital de distrito, o autarca mostrou-se disponível para potenciar sinergias e criar economia de escala, desde que essas medidas “não determinem a subordinação ou o retrocesso de serviços essenciais ao desenvolvimento do Concelho”.

Feriado municipal
a referendo
Luís Barroso, do Bloco de Esquerda (BE), realçou o programa do executivo para as comemorações dos 243 anos da elevação de Castelo Branco a cidade considerando-o “interessante e diferente do que se vinha fazendo até aqui”.
“Temos que romper com algumas praxes políticas e partirmos para outros paradigmas”, referiu o deputado municipal, sublinhando ainda que houve a preocupação, “e bem”, de envolver várias instituições e agentes culturais do Concelho.
Contudo, o deputado do BE referiu que “temos defendido que aos albicastrenses, deveria ser-lhes dada a oportunidade de escolher através de um referendo, se o dia 20 de março, Dia da Cidade, seria ou não feriado municipal, como é prática institucionalizada na grande maioria dos concelhos do País”.
Por seu turno, o deputado municipal do PSD; João Salavessa, realçou que do esforço e ação dos anteriores presidentes da Câmara de Castelo Branco, “herdámos uma cidade moderna, apetrechada de muitas e boas infraestruturas de que nos orgulhamos como munícipes e impressionam positivamente quem nos visita”.
Referiu ainda que estas foram conseguidas “com o mérito de não se ter penhorado a saúde financeira do município”.
Contudo, o deputado social-democrata fez questão de sublinhar que os novos desafios para o desenvolvimento de Castelo Branco “são agora outros e não são de fácil resolução”.
O deputado do PSD disse ainda que para se poder tirar o máximo proveito do modelo que a Comunidade Intermunicipal estrutura, “o alargamento da dimensão subregional da Beira Baixa com a integração dos con- celhos do Fundão, Covilhã e Belmonte são também por nós desejados”.

CDU volta à carga
com as portagens da A23
Ana Maria Leitão (CDU) aproveitou a sessão solene para recordar que as práticas políticas nas autarquias, “devem ser marcadas pela capacidade de entendimento entre os municípios, apesar da cor partidária, e não pelo presidencialismo excessivo”.
A deputada da CDU voltou a falar da aposta no eixo fundamental Castelo Branco-Fundão-Covilhã, considerando-o “absolutamente essencial”, em detrimento das comunidades intermunicipais que considerou de “visão curta e que espartilham a Região”. Por outro lado, voltou a referir-se às portagens na A23 que considerou serem para Castelo Branco, “um erro económico que prejudica gravemente a economia, retira poder de compra ao povo e asfixia a situação financeira das empresas”.
Também a concretização de investimentos estruturantes nas acessibilidades, como a construção do IC31, foram abordados pela deputada da CDU, como essenciais para a Região.
José Pedro Sousa (CDS/PP) recordou que o período que se vive é dos “mais complicados. É um momento de crise, mas também um momento de esperança”. Falou depois dos indicadores económicos que dão conta de melhoras no País que se irão refletir também na melhoria das condições de vida no Concelho de Castelo Branco.
No entanto, sublinhou que “não podemos ficar à espera que o Governo resolva os problemas desta cidade e do Concelho. Temos que lutar e pugnar pelo nosso concelho”, referiu.
José Pedro Sousa realçou ainda a necessidade de se apostar nas áreas do conhecimento, do saber e da investigação, cuja importância e o impacto económico para o Concelho são evidentes.

26/03/2014
 

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