Idanha-a-Nova
Ex-ministro defende comércio local
O antigo ministro da Agricultura Arlindo Cunha disse no passado sábado, que a grande distribuição em Portugal vive uma “nova realidade incontornável” que se estende de uma “forma tentacular” até às regiões de “baixíssima densidade” como Idanha-a-Nova.
“O país vive uma nova realidade incontornável da grande distribuição que se estende de forma tentacular até às terras de baixíssima densidade, através de médias superfícies que o que vendem não vem do próprio território”, referiu Arlindo Cunha.
O antigo governante, que falava durante as comemorações do 30º aniversário da OVIBEIRA – Associação de Produtores Agropecuários, que decorreu em Idanha-a-Nova, sublinhou que a grande distribuição, “que representa 85% da distribuição alimentar no país, é um poder louco”.
“O Governo devia usar o músculo regulador para impor certas regras. Hoje temos uma desintegração dos circuitos comerciais locais. Precisamos de fazer algo para recriar as cadeias comerciais locais, isso é muito importante”, adiantou o antigo ministro de Cavaco Silva.
Arlindo Cunha defendeu ainda a necessidade urgente de rejuvenescer a estrutura etária da agricultura nacional, que é “das mais envelhecidas” da Europa.
Apesar de nos últimos três anos se terem instalado no setor mais jovens que na última década, o ex-ministro da Agricultura, referiu que “é muito perigoso ficarmo-nos por aqui”.
“O que fez a mudança foi a crise económica que o país vive e que fez com que muitos jovens vejam na agricultura uma oportunidade interessante. Mas, se não fizermos mais nada, terminados os cinco anos de presença obrigatória na exploração (agrícola), corremos o risco de muitos desses jovens se irem embora”, alertou.
Para evitar que isso aconteça, Arlindo Cunha defendeu a criação de uma estrutura no âmbito do Ministério da Agricultura, “que enquadre muitos desses jovens, com formação superior e que vêm da cidade, para que não corram tanto risco de insucesso”.
OVIBEIRA tem
2.688 associados
O presidente da OVIBEIRA recordou aos presentes que no decurso dos 30 anos de existência da associação, “nem sempre os momentos foram fáceis mas apesar disso, o saldo é positivo”.
Vitor Carmona, que integra a direção desde agosto de 2013, diz que está preocupado em encontrar as melhores soluções para a associação e sublinhou que a atividade pecuária “é uma atividade nobre que além de riqueza gera muito emprego”.
Vitor Carmona mostrou-se ainda convicto de que a pecuária “vai continuar para o futuro”.
A OVIBEIRA foi fundada em julho de 1984, com a finalidade de defender os interesses dos produtores de ovinos, caprinos e bovinos, quer no campo técnico, quer no campo económico e legislativo, através do acompanhamento sanitário e alimentar, tipificação e melhoramento rácico.
Atualmente, a associação tem 2.688 associados.