GRANDE PRÉMIO DE LITERATURA BIOGRÁFICA DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ESCRITORES
Luís Correia valoriza apoio à produção literária
O presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, afirma que o apoio à produção literária é de vital importância. A posição foi defendida na passada quarta-feira, dia 4, no decorrer da cerimónia de entrega do Grande Prémio de Literatura Biográfica da Associação Portuguesa de Escritores (APE), que tem o patrocínio exclusivo da autarquia albicastrense, e que este ano teve como vencedor Eugénio Lisboa, com a obra Ata Est Fabula – Memórias I – Lourenço Marques (1930-1947).
Luís Correia começou por “agradecer à APE por esta parceria com a Câmara, que se orgulha de ser um dos municípios que apoia estes prémios”, considerando que deste modo está “a cumprir um papel que os municípios têm, que é o do apoio à produção literária”.
Um ponto que considera relevante, porque também “incentiva os alunos, os jovens, todos aqueles que escrevem”, revelando a esperança que “talvez um dia o Grande Prémio seja entregue a alguém de Castelo Branco, o que seria uma honra para nós”.
O autarca acrescentou que “Castelo Branco tem muito orgulho de quem produz cultura, de quem produz livros” e realçou que “todos os anos apoiamos um número considerável de livros”, adiantando ainda que “brevemente vamos apresentar o Festival Literário de Castelo Branco, que este ano contará com um escritor de renome internacional”.
Com base em tudo isto, Luís Correia garantiu ainda que “Castelo Branco tem uma dinâmica cultural ímpar, o que é importante para o nosso desenvolvimento”.
Na cerimónia, o presidente da APE, José Manuel Mendes, afirmou que “a repercussão do Grande Prémio cresce de edição para edição”, para avançar que Eugénio Lisboa “é uma figura nuclear da vida cultural portuguesa. É um cronista, ensaísta e escritor que nos vem destinando uma obra impreterível e, acima de tudo, é uma personalidade fascinante”.
José Manuel Mendes recorda que conheceu Eugénio Lisboa através de Fernando Namora, para realçar que pelo premiado “podemos conhecer melhor José Régio e escritores de outros períodos e também nos dá o prazer de viajar por livros como este”, enaltecendo “o mérito da obra, que é um momento singularíssimo da vida de todos nós, na vida cultural do País”. Por seu lado, Eugénio Lisboa avançou que esta é a segunda vez que “estou em Castelo Branco”, depois de ter passado pela cidade “em junho de 1977, numa atribulada viagem entre Estocolmo e Lisboa”.
Um regresso para “receber um Prémio. Melhor ainda, um Grande Prémio”, confessando que “mentiria como um desbragado mentiroso, se dissesse que não fiquei feliz” e revelou que “não sei se ficaria igualmente feliz com um prémio atribuído a qualquer outro livro meu, e sei do que falo, porque já os recebi. Mas o carinho e investimento emocional que pus neste, em particular, quero dizer, neste primeiro volume das minhas sonhadas arquitetadas memórias em cinco volumes, foi tão grande, que o reconhecimento a ele dado pelo júri me cai fundo, no coração”.
Assegurou que “fico pois feliz, com o Prémio, porque alguém reparou no meu livro e gostou dele, e um livro é um filho nosso”.
Eugénio Lisboa revelou igualmente que “fiquei também feliz, e não pouco, por verificar que há instituições e autarquias que acreditam, bem hajam, que a cultura é importante para a imagem que um país projeta, em todos os setores da vida, que a cultura não é um mero adereço mais ou menos fútil e inócuo, que é parte subliminarmente vital do melhor que esse país tem a oferecer”. Uma matéria em que considera que “sem uma imagem cultural forte ninguém vai ter muita fé na qualidade dos outros produtos que ele ostenta, sejam eles industriais ou agrícolas ou meros mas não insignificantes serviços”.