Verão quente e trágico – Esta semana agravaram-se os indicadores preocupantes que, a nível global estão a marcar este verão quente: incêndios florestais (Em Portugal, só em agosto, já arderam nove mil hectares); atentados terroristas; crise migratória; campos de refugiados; novos muros; violência e fome.
Nada de novo, dirão alguns. São as marcas habituais do nosso mundo cruel. A própria Comunidade Europeia não consegue pôr-se de acordo para minimizar o drama dos refugiados que é grave em França e Itália e é dramático na Grécia (mais de 100 mil, só este ano) que não consegue, em algumas ilhas, fazer chegar sequer a alimentação indispensável. A ajuda, a seis anos, de 2,4 mil milhões de euros, aprovada segunda-feira, pela UE, aos estados-membros, que se debatem com o problema dos refugiados, é uma resposta paliativa pobre, que, mais uma vez foge de discutir e atacar o problema da imigração. Que é europeu. Que é preciso encarar: São pessoas que não “podem ser descartáveis” como o Papa Francisco tem continuamente chamado a atenção.
Nós, por cá, não temos o problema dos refugiados. Temos é fartura de incendiários. E não só a nível da floresta. Também ao nível do debate (?) político. Nós por cá, basta um fósforo, uns cartazes e os comentadores de serviço, para incendiar o verão. Os figurantes passam a líderes e os temas são descartados. Não teremos, espero, um novo Verão Quente, mas teremos, com certeza um verão quente e “estúpido”, pelo menos até ao início da campanha eleitoral!

Semana das Migrações – Sob o lema Igreja sem fronteiras – Somos um só corpo a Igreja Católica organiza a Semana Nacional das Migrações. É uma forma de lembrar que a “Igreja acolhe, reconhece, valoriza, promove o encontro e o diálogo entre pessoas, culturas e regiões” como o Papa lembrou na sua mensagem. Entre as muitas iniciativas, destaque para a jornada de solidariedade que no próximo domingo a Pastoral de Mobilidade Humana leva a cabo, visando a angariação de fundos, a favor dos “migrantes e refugiados”.

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