200 caminham entre Zarza La Mayor e Salvaterra do Extremo
A iniciativa Contrabandeando por Terras da Raia, organizada pela Câmara de Idanha-a-Nova, União das Freguesias de Monfortinho e Salvaterra do Extremo, Associação Cultural, Recreativa e Social para o Desenvolvimento de Salvaterra do Extremo e pelo Ayuntamiento de Zarza La Mayor e que sábado ligou Zarza La Mayor, em Espanha, a Salvaterra do Extremo, no Concelho de Idanha-a-Nova, Portugal, contou com a participação de quase 200 caminheiros.
O programa teve início ao final da tarde e os caminheiros portugueses e espanhóis recriaram os trilhos por onde, em tempos, a necessidade levava as populações raianas a contrabandear diversos tipos de produtos, em arriscadas travessias feitas a coberto da noite.
Os participantes seguiram, mais uma vez, as pisadas do antigo contrabandista José Joaquim Rascão, que deu a conhecer os antigos caminhos e itinerários, demonstrando as manhas e os truques, ao mesmo tempo que recordou histórias do passado.
A caminhada, que se prolongou por mais de duas horas, permitiu dar asas à imaginação e experimentar as aventuras vividas num tempo em que o contrabando, embora ilegal, era um modo de vida decisivo na subsistência das populações na raia beirã.
A travessia transfronteiriça, evitando os guardas-fiscais, do lado português, e os carabineiros, do lado espanhol, era fértil em peripécias e estratégias arrojadas, essencialmente à volta do contrabando de café.
Atualmente, já não se faz o contrabando, mas a rota mantém o encanto, pelos cenários e os momentos de confraternização, bem como a travessia do Rio Erges, que fazem desta uma iniciativa de sucesso, ano após ano.