Joaquim Martins
Ecos de Paris
Ecos de Paris – Duas semanas depois, os ecos do 11 de janeiro ainda não se extinguiram. As ondas de choque ainda se estão a propagar e a provocar reações. De sinal contrário. De confronto. Ao “je suis Charlie” está a contrapor-se o “je suis muslim et j’aime mon prophete”. O aproveitamento comercial do Charlie Hebdo não pressagia nada de positivo. O jornal nada aprendeu. O novo número, julgo que não agrada a ninguém. É pobre e sem graça. Até os ateus sérios se sentirão defraudados, apesar dos “milagres” anunciados. Da discussão sobre os limites da liberdade de expressão também parece que nada de positivo surgiu. Sobre limites éticos também parece que ninguém quer saber. Os radicalismos de posições mantêm-se. E neste clima não é possível construir pontes. E elas são necessárias. O repúdio pelos crimes de morte tem que ser exigido a todos os responsáveis políticos e religiosos. Mas também o respeito pela dignidade do Outro. O respeito mútuo. A velha sabedoria do “Quem não se sente, não é…” tem alguma razão de ser!
Algo mudou? Talvez. O combate ao terrorismo tornou-se mais visível. O medo na Europa aumentou. Algumas políticas de abertura da Europa estão em risco. O movimento radical do Islão não deixou de progredir. Os políticos europeus continuam divididos, apesar da unidade aparente.
Será que o modelo Europeu, de sociedade e de desenvolvimento, vai resistir a tanta incapacidade de gerar consensos? Um modelo económico que já só é capaz de gerar super ricos e pobreza ainda é viável, sem terapêuticas purificadoras?
Concertos de Ano Novo e Janeiras – Felizes os que puderam assistir aos concertos de Ano Novo e aos que foram agraciados com o Cantar das Janeiras! Ficaram com certeza satisfeitos e mais animados. Há valores a crescer e o tempo vai ser-lhes favorável. Hoje gostaria de destacar, no trabalho da Associação das Palmeiras, o que está a ser feita no âmbito da Banda Filarmónica Cidade de Castelo Branco. Parabéns à Banda, pelo concerto de Ano Novo e parabéns aos professores Vítor Ávila e Ana Leão, pelo trabalho de captação de jovens músicos! O ano promete!