DEPARTAMENTO FEDERATIVO ORGANIZA ENCONTRO
Mulheres Socialistas defendem erradicação da violência contra mulheres
O Departamento Federativo das Mulheres Socialistas do Distrito de Castelo Branco organizou, sexta-feira, na Biblioteca Municipal de Castelo Branco, uma iniciativa subordinada ao tema Como Responder ao Desafio da Erradicação da Violência Contra as Mulheres.
Um encontro que começou de forma poética, com Maria de Lurdes Barata a interpretar Calçada de Carriche, de António Gedeão
Um momento poético em relação ao qual a presidente do Departamento, Cristina Granada, afirmou ser uma “surpresa inesperada que nos introduz ao tema”, com o qual o objetivo foi “desafiar os presentes para acrescentarem soluções a esta dramática temática”.
A sessão continuou com a intervenção da Associação de Desenvolvimento Regional Amato Lusitano, com a coordenadora, Maria João Ferreira, a recordar que esta foi criada em 1998, sendo que em 2006 foi criado “o gabinete para defender e trabalhar a violência doméstica”.
O ano de 2009 é considerado um “marco”, devido à Associação passar a integrar o Núcleo de Apoio à Vitima de Violência Doméstica.
Durante o encontro, as psicólogas do Gabinete de Apoio à Vitima de Violência, deram a conhecer alguns números, ao adiantarem que entre 2006 e 2009 se registaram 60 casos por ano, com esse valor a subir para 90 entre 2009 e 2010, enquanto entre 2010 e 2014 ultrapassou os 100 casos por ano, de onde se verifica “um “aumento exponencial do número de vítimas de violência doméstica apoiadas”.
No que respeita ao ano passado foi ainda especificado que o número de casos sinalizados foi de 110, com a maioria, 92,7 por cento, a ter como viítimas as mulheres, enquanto nos homens esse valor ficou pelo 7,3 por cento. A mesma percentagem que atingiu crianças e adolescentes menores de 18 anos, ao passo que os jovens com mais de 25 anos que foram vítimas se ficou pelos 2,7 por cento.
Entre outros, o encontro contou também com a participação do major Alves, do Comando Territorial da Guarda Nacional Republicana (GNR) de Castelo Branco, que começou por falar no projeto de Investigação de Apoio a Vítimas Específicas (IAVE), referindo-se de seguida ao Núcleo de Investigação de Apoio a Vítimas Específicas (NIAVE), que tem como missão “levar a efeito a investigação dos crimes e apoio às vítimas, considerando, especificamente, as mulheres, os menores, os idosos e os deficientes, relacionados com problemáticas de violência, enquanto vítimas”.
Adiantou também que o Comando inclui 31 postos territoriais, bem como 20 salas de apoio/atendimento a vítimas, para avançar que em 2014 a GNR registou 346 vítimas de violência doméstica, com a esmagadora maioria, 271 ( 78 por cento), a serem do sexo feminino, e 75 (22 por cento) do sexo masculino.
Nas das ocorrências, a maioria, 107 (34,6 por cento) foi registada no Destacamento da Covilhã, seguindo-se, por ordem decrescente, o Destacamento do Fundão, com 78 (25 por cento); o Destacamento de Castelo Branco, com 65 (21 por cento); o Destacamento da Sertã, com 45 (14,6 por cento; e o Destacamento de Idanha-a-Nova, com 14 (4,8 por cento).
Foram ainda avançados os números da evolução de ocorrências nos destacamentos, entre 2011 e 2014.
No Destacamento de Castelo Branco das 56 ocorrências registadas em 2011, passou-se para 66 em 2012, 57 em 2013 e 65 em 2014.
No Destacamento da Covilhã, das 111 de 2011, sucederam-se as 100 de 2012, 90 em 2013 e 107 no ano passado.
Já no Destacamento do Fundão a evolução foi a seguinte: 58 em 2011, 61 em 2012, 69 em 2013 e 78 em 2014.
Isto enquanto no Destacamento de Idanha-a-Nova, em 2011 foram 20, tal como em 2012, reduzindo para 19 em 2013 e 14 no ano passado.
No Destacamento da Sertã, também se registou um decréscimo, com 60 em 2011, 54 em 2012, 49 em 2013 e 45 em 2014.